Vasectomia vira moda na Suécia

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Só em Estocolmo houve um espantoso aumento de 228% nos últimos quatro anos no número de homens que recorreram a uma vasectomia.

Um sexólogo local atribui o crescimento desmesurado a um movimento político cívico que pugna pelo ambientalismo e igualdade.

O fenômeno não é exclusivo da capital Estocolmo. Por todo o Reino da Suécia continua aumentando o número de homens suecos que se submetem a vasectomias, tendo atingido máximos históricos, relatou a emissora nacional SVT.

Segundo o Departamento Nacional de Saúde da Suécia, estes números recordes culminam uma subida crescente nos últimos três anos.

A tendência foi manifestada em todo o país, mas é mais acentuada na capital Estocolmo, onde o número de vasectomias disparou de 260 em 2015 para 854 em 2018, ou seja, um aumento de 228%. No total, foram efetuadas 2.655 vasectomias na Suécia em 2018, contra 1.451 em 2015, o que representa um aumento de 83%.

Vale destacar que o aumento é observado em todas as faixas etárias entre 25 e 49 anos, mas é maior entre os jovens (nas faixas etárias de 25 a 29 e 30 a 34 anos), onde os números quase dobraram comparado à última década. Em termos quantitativos, contudo, continuam prevalecendo os homens entre 40 e 44 anos de idade.

Como algumas operações são realizadas em clínicas privadas, não estando incluídas no registro governamental, a quantidade pode ser maior.

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Se em um passado recente as vasectomias tinham carácter residual, hoje, como vimos, tornaram-se frequentes, sendo homens com vida conjugal estável quem mais recorre à esterilização.

Contudo, na opinião do terapeuta sexual Inti Chavez Perez, o aumento verificado em Estocolmo de vasectomias como método contraceptivo tem a ver com um certo movimento político.

"Há um movimento político de homens que se interessam pelo meio ambiente e pela igualdade. Eles têm se manifestado a favor da vasectomia e discutido sobre ela on-line, por exemplo no YouTube. E isso ajudou a encarar o fenômeno como normal", afirmou Perez à SVT.

Na opinião de Perez, esta tendência a favor da vasectomia é um prolongamento da luta feminista e da batalha pela igualdade global.

"[A luta pelo feminismo] permitiu que as mulheres ganhassem mais autodeterminação. Agora, chegou a hora dos homens, o de poderem escolher como viver a própria vida. À sua maneira, sem terem de colocá-la nas mãos de suas parceiras sexuais femininas", acrescentou Perez.

A esterilização masculina, também chamada de vasectomia, torna o homem irreversivelmente infértil, cortando os canais de esperma e impedindo dessa forma que chegue à uretra. A operação é realizada sob anestesia local.

A capacidade sexual, sensibilidade e a produção de hormônio sexual masculino não são afetadas pela operação.

Na Suécia, a esterilização masculina é proibida a menores de 25 anos.

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