Boris Johnson ataca BBC e coloca em questão imparcialidade da emissora

© Sputnik / Aleksei Filipov / Acessar o banco de imagensBoris Johnson em Moscou.
Boris Johnson em Moscou. - Sputnik Brasil
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Após um dos principais apresentadores da BBC questionar Boris Johnson por se recusar a dar uma entrevista, o primeiro-ministro britânico apelou aos seus ministros para boicotar a Radio 4, e ameaça descriminalizar o não pagamento da taxa obrigatória, essencial para o financiamento do grupo midiático.

No final de semana que se seguiu à vitória do Partido Conservador nas eleições legislativas, Boris Johnson, segundo a imprensa britânica, confirmou sua intenção de descriminalizar o não pagamento da taxa obrigatória. Desta forma, ele enfrenta o maior grupo midiático do país, a BBC.

Antes das eleições, o primeiro-ministro recusou conceder uma entrevista ao canal, um comportamento repreendido por um dos apresentadores do canal britânico, Adrew Neil. O jornalista dirigiu-se diretamente à câmera e sublinhou que todos os líderes de partidos britânicos concederam entrevistas de trinta minutos, menos Johnson.

"Não há lei que force o senhor Johnson a conceder uma entrevista de líderes [dos partidos] ao canal BBC, declarou, mas o primeiro-ministro do nosso país deve, em certos momentos, enfrentar os presidentes Trump, Putin e Xi da China [...] Não é pedir demais que ele me enfrente por meia hora".

Um monólogo que não agradou muito ao líder britânico. O atual premiê e também líder do Partido Conservador, com forte maioria no Parlamento, solicitou que seus ministros não concedam mais entrevistas para a Radio 4, a rádio mais escutada no país. Igualmente, ele ameaça acabar com a taxa de £ 154 (R$ 816) por ano. Caso o não pagamento seja descriminalizado, o grupo midiático pode perder aproximadamente € 235 milhões (R$ 1 bilhão), segundo suas próprias estimativas.

BBC acusada de parcialidade

Ao longo da campanha, o Partido Conservador acusou a BBC de não ser imparcial em relação ao Brexit. Em contrapartida, o Partido Trabalhista, de oposição, afirma que o gigante midiático esteve a favor do partido no poder, se referindo à cobertura dada ao governo atual.

O diretor-geral da BBC, Tony Hall, contatado pelo jornal Guardian, reconheceu erros, mas rejeitou as acusações de parcialidade. "Todos os dias, a cada momento, os editores devem tomar decisões difíceis. Não aceito a abordagem dessas críticas, que usam de poucos exemplos para afirmar que tomamos partido de uma forma ou outra", enfatizou Hall.

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