Pouco antes de embarcar rumo a Londres para participar da Conferência da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), o presidente da Turquia, Reccep Tayyip Erdogan, disse que a renovação da aliança é inevitável.
"A renovação da OTAN é inevitável. A Turquia espera que seus aliados busquem formas de aprofundar a cooperação [...] e demonstrem solidariedade em relação à [nossa] luta contra o terrorismo", disse o presidente turco.
Erdogan lembrou que a Turquia é "um país indispensável para a OTAN" e defendeu que todos os países membros "estão obrigados a apoiar a reforma da aliança".

A Turquia quer que a OTAN classifique oficialmente a milícia curda Unidade de Proteção Popular (YPG) como "organização terrorista". A YPG é componente fundamental das Forças Democráticas da Síria (FDS), apoiadas pelos EUA.
Caso não receba apoio de seus aliados, a Turquia pode vetar os novos planos de defesa da aliança para a Polônia e países bálticos.

Em resposta à acusação de vários países europeus de que a Turquia estaria "chantageando" a OTAN, fonte militar turca ouvida pela Reuters rebateu:
"Não existe chantagem turca e uma declaração dessas é inaceitável. A OTAN é uma instituição na qual a Turquia tem direito a veto [...] existem procedimentos", declarou a fonte.
Conferência da OTAN em Londres
Os líderes da OTAN deverão tratar de três temas bastante polêmicos na Conferência, disse o ex-secretário-geral da aliança, Anders Fogh Rasmussen, em entrevista à rádio dinamarquesa DR.
O primeiro seria o ceticismo do presidente norte-americano em relação ao princípio fundamental da aliança: o acordo de defesa mútua. Trump colocou em dúvida a obrigação dos EUA de defenderem seus aliados, uma vez que eles não investiriam o suficiente em defesa.

O segundo ponto contencioso é a recente declaração do presidente francês, Emmanuel Macron, de que a aliança estaria sofrendo de "morte cerebral". De acordo com Rasmussen, a fala gerou cisão interna na aliança.
Por fim, a OTAN deve lidar com a ofensiva turca no nordeste da Síria, que gerou forte oposição de diversos aliados. O ex-secretário-geral teme que a Turquia fique "cada vez mais marginalizada" dentro da aliança.
Apesar das dificuldades, Rasmussen acredita que "virar as costas para a Turquia" seria uma erro histórico, que deve ser evitado pela OTAN.

A Conferência da OTAN é celebrada entre os dias 3 e 4 de dezembro, em Londres. Nesta terça-feira, (03), os líderes serão recebidos no Palácio de Buckingham pela rainha Elisabeth II. Na quarta-feira (04), reuniões de trabalho devem discutir temas como a China, a segurança cibernética e a presença da OTAN no espaço.
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