David Morales, dono da empresa de segurança espanhola Undercover Global SL, teria orientado os seus funcionários a coletar informações sobre qualquer pessoa que visitasse o jornalista e fundador do site Wikileaks, Julian Assange, durante os quase sete anos nos quais ele ficou asilado na Embaixada do Equador em Londres, segundo reportagem do jornal El País.
Ex-funcionários da empresa denunciaram ao jornal espanhol que a agência de inteligência norte-americana, a CIA, teria tido acesso às informações. A agência teria acedido ao servidor de Internet da empresa, no qual eram reunidas as informações, inclusive os “perfis” dos visitantes contendo todo tipo de informações pessoais. Os visitantes americanos e russos receberam a maior prioridade, principalmente se fossem advogados ou vinculados à imprensa.
Ao entrar na Embaixada, os visitantes precisavam deixar seus celulares e computadores com a empresa de segurança, o que poderia ter garantido o acesso da inteligência norte-americana a arquivos e documentos salvos nesses aparelhos.
O CEO da Undercover Global SL também teria fornecido áudios e vídeos dos encontros de Assange para a CIA, inclusive das reuniões entre o jornalista e seus advogados. Um tribunal espanhol abriu um processo sobre o ocorrido após as revelações feitas pelo jornal.
Prisão de Julian Assange
Julian Assange foi preso em abril do corrente, após o Equador ter rescindido o seu status de asilado político. Com o aval do governo equatoriano, a polícia britânica entrou na Embaixada e prendeu o fundador do site Wikileaks, acusado de ter violado a sua libertação provisória no Reino Unido em 2012, crime passível de pena de um ano de prisão.

O jornalista tinha buscado asilo na Embaixada do Equador para evitar a extradição aos Estados Unidos, que o acusa de ter publicado ilegalmente documentos confidenciais. O jornalista alega que poderia ser sentenciado a prisão perpétua pela Justiça norte-americana.
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