A proposta vale caso um acordo sobre o Brexit não seja alcançado até a data prevista para o divórcio oficial - 31 de outubro. Outra possibilidade seria o parlamento aprovar uma saída sem pacto com a UE até 19 de outubro, o que dificilmente ocorrerá. A medida já havia sido aprovada pela Câmara dos Comuns.
A lei representa uma derrota para o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que defende a saída do bloco europeu com ou sem acordo.
Em mais um movimento que atinge as pretensões do líder, a oposição anunciou nesta sexta-feira que não apoiará a convocação de eleições para meados de outubro proposta por Johnson.
Eleições em jogo
Segundo os parlamentares, eles só farão isso caso o primeiro-ministro garanta defender um adiamento do Brexit, algo que Johnson promete nunca fazer. Logo após a Câmara dos Comuns determinar o bloqueio de um divórcio sem acordo, o chefe de governo pediu eleições antecipadas para 15 de outubro, mas os parlamentares foram contra. Para ser realizado, o pleito precisa do aval de dois terços do deputados.
Para o chefe de governo britânico, o Reino Unido deve deixar a União Europeia em 55 dias como programado. O premiê afirma ainda que as eleições são o único caminho para acabar com a bloqueio sobre o andamento do processo.
Após um referendo realizado em 2016 que teve como resultado o "Sim", ou seja, a saída da UE, o governo anterior, de Theresa May, costurou com muito esforço um acordo de divórcio com os membros do bloco. O pacto, no entanto, jamais foi aprovado por Westminster, o parlamento britânico.
Numa manobra vista por muitos como um golpe para evitar que o parlamento bloqueasse a saída da UE sem acordo, Johnson suspendeu as atividades legislativas de algum dia da semana que vem até 14 de outubro, restando assim poucos dias para evitar o Brexit. Por isso Westminster se apressou e adiantou as votações.
"Questão de quando, não de se"
O primeiro-ministro quer levar novamente a questão das eleições antecipadas para ser votada pelos legisladores na próxima segunda-feira. No entanto, a oposição quer garantias de Johnson de que ele não vai permitir uma saída da UE sem acordo.
Por meio do Twitter, a líder do Partido Nacional Escocês (SNP), Nicola Sturgeon, disse que as "eleições gerais são agora questão de 'quando', não de 'se', mas Johnson não pode ser ditar o tempo como um mecanismo para evitar o escrutínio e forçar um Brexit sem acordo".
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