A guerra nestas condições não é uma ameaça, mas uma consequência inevitável, ressalta o autor do artigo, Dmitry Bavyrin.
Segundo ele, o Kosovo introduziu tarifas comerciais de 100% sobre o fornecimento de produtos provenientes da Sérvia e da Bósnia e Herzegovina e proibiu a entrada de mercadorias sem o selo oficial do país.
Bavyrin destaca as consequências dessa decisão: as mercadorias desses países ficarão mais caras no território kosovar e ninguém as comprará, acrescentando que, para o Kosovo, não é suficiente roubar os fornecedores sérvios e bósnios, também é preciso humilhá-los.
O jornalista considera que o novo movimento de Pristina é absurdo do ponto de vista econômico, pois o Kosovo depende das importações e um terço de sua população não tem emprego. Ele observa que dois terços do governo da Bósnia e Herzegovina reconheceria "com prazer" o Kosovo como país, no entanto, as autoridades da República Sérvia (uma das entidades políticas da Bósnia e Herzegovina) alertaram reiteradamente que, se Sarajevo reconhecer Pristina, Banja Luka se separará definitivamente do país, o que vai significar o início de uma nova guerra.
No Ocidente todo mundo sabe como é a região dos Balcãs – basta uma faísca para tudo começar a pegar fogo, explica Bavyrin.
Os líderes europeus compreendem perfeitamente o perigo que as tarifas de Pristina podem acarretar. A Alta Representante da UE para Política Externa e Segurança, Federica Mogherini, reagiu à introdução de tarifas com contundência, declarando que "o governo do Kosovo deve revogar imediatamente essa decisão".
Por sua vez, os EUA pouco se preocupam com o que acontece na Europa. Washington sempre apoia o Kosovo, que considera como "projeto político norte-americano" e onde tem a sua maior base militar no continente europeu, esclarece o jornalista.
Bavyrin acredita que as autoridades kosovares perseguem alguns objetivos ocultos ao introduzir tarifas sobre as importações provenientes da Sérvia e da Bósnia e Herzegovina.
O presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, considera que o prêmio mais cobiçado pelo Kosovo é o alívio do regime de vistos com os países da UE, opina o jornalista. Além disso, o presidente sérvio sublinha outros possíveis objetivos dos kosovares: "Realizar de modo velado e silencioso uma fortíssima limpeza étnica de sérvios no território do Kosovo e Metohija" e "provocação de um conflito para a desestabilização completa da região".
Os Estados Unidos, o Reino Unido, a França, a Alemanha e a Itália terão que buscar justiça para o "monstro", o Estado do Kosovo que criaram, conclui o jornalista.
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