Parlamentar: 'Relação entre o Reino Unido e Rússia não mudará com sucessor de Johnson'

© Sputnik / Alexey Filippov / Acessar o banco de imagensO ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e o secretário das Relações Exteriores britânico, Boris Johnson.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e o secretário das Relações Exteriores britânico, Boris Johnson. - Sputnik Brasil
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As relações entre o Reino Unido e a Rússia provavelmente não verão nenhuma mudança com a saída do ministro das Relações Exteriores Boris Johnson e a nomeação de Jeremy Hunt, disse o parlamentar conservador, John Whittingdale à Sputnik.

"Acho que você não verá nenhuma mudança. Boris Johnson falou sobre isso em sua carta de demissão e Jeremy já mencionou isso em termos de sua agenda. Temos sérias diferenças de opinião com a Rússia. Temos uma questão em particular em torno dos ataques de Novichok. Precisamos conversar com a Rússia e pedimos à Rússia que coopere conosco. Acho que essa posição permanecerá inalterada", disse Whittingdale.

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O legislador, que ocupou o cargo de secretário de Estado para cultura, mídia e esporte em 2015-2016, também expressou confiança de que Hunt conseguiria lidar com o novo cargo, apesar da possível falta de experiência anterior em assuntos estrangeiros.

"[Jeremy Hunt] é um Conservador sólido. Ele fez um bom trabalho como secretário de saúde. Não tenho certeza de quanta experiência ele tem em assuntos estrangeiros, mas tenho toda a confiança que se sairá bem", observou ele.

Whittingdale também comentou sobre o novo secretário Brexit, Raab, chamando-o de "muito bom sucessor" para Davis.

"Eu conheço muito bem o novo secretário. Ele fez campanha comigo em favor da 'Saída'. Estou triste por David Davis ter partido, mas Dominique será um sucessor muito bom. Ele terá uma voz forte e é disso que precisamos. Eu agradeço sua nomeação", ressaltou.

Uma eleição antecipada no Reino Unido após uma série de renúncias do gabinete é um cenário indesejável, pois criaria incerteza e tornaria o objetivo de chegar a um acordo sobre o acordo Brexit com a União Europeia quase inatingível, disse John Whittingdale.

"Em primeiro lugar, temos pouco mais de um ano desde que fizemos a [última] eleição. Certamente, ambos membros do Parlamento e mais ainda o povo britânico não querem outra eleição. O outro fator nisso é que marcamos uma data então a Grã-Bretanha sairá [da União Europeia] em 29 de março de 2019. Isso não está longe e o objetivo da UE é chegar a um acordo entre outubro e novembro — isso é muito pouco tempo. Ter uma eleição de liderança e toda a incerteza e desordem que se seguiriam é  impossível. Então, eu não sou a favor de uma eleição antecipada", disse Whittingdale.

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Ele esclareceu estar fortemente comprometido com o Brexit, mas tinha sérias preocupações de que o acordo pudesse levar o Reino Unido a continuar sendo limitado pelas regras e regulamentos da UE.

"Estou descontente com qualquer acordo que permita à Europa estabelecer regras que nós tem que seguir. Até certo ponto, estou muito infeliz com o acordo que foi apresentado e tenho a mesma opinião que Boris Jonson e David Davis", disse ele.

O legislador lamentou as renúncias dos "ministros muito capazes", observando, no entanto, que "aplaudiu" a decisão de ambos "por princípio".

O agora ex-secretário de Relações Exteriores Boris Johnson renunciou na segunda-feira, menos de um dia após a saída do ministro do Brexit, David Davis. Ambas as demissões foram causadas por desacordos com o plano de Theresa May em sair da União Europeia, discutido pelo gabinete na sexta-feira. Johnson e Davis foram substituídos pelo ex-secretário de saúde Jeremy Hunt e pelo ex-ministro da Habitação, Dominic Raab.

Em sua carta de renúncia, Johnson citou a solidariedade demonstrada por aliados do Reino Unido que expulsaram diplomatas russos sobre o incidente de Salisbury como um exemplo de sucesso. O recém-nomeado secretário de Relações Exteriores, Hunt, por sua vez, já elogiou seu antecessor por orquestrar "uma resposta incrivelmente importante" ao incidente de Salisbury.

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Na segunda-feira, o secretário da Defesa, Gavin Williamson, culpou Moscou por outro ataque com o agente nervoso envolvendo duas pessoas em Amesbury. 

A embaixada russa no Reino Unido disse que Moscou consideraria os incidentes de Salisbury e Amesbury como provocações anti-russas se não for autorizado o acesso aos materiais de investigação.

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