Chanceler italiano: Crise migratória transformou UE em conjunto de 'ilhotas dispersas'

© AFP 2023 / GEORGES GOBETBandeiras da União Europeia refletidas na entrada do Edifício Berlaymont, sede da Comissão Europeia, em Bruxelas
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A crise migratória ameaça a União Europeia com o desmembramento e já transformou o bloco em um arquipélago disperso, formado por múltiplas ilhas, em meio à sua incapacidade de encontrar soluções comuns, disse o ministro italiano das Relações Exteriores, Enzo Moavero Milanesi, em entrevista o jornal Messaggero.

"Aqueles que acreditam que a crise migratória representa uma enorme ameaça à unidade da União Europeia são ridicularizados, mas podem vir a ser profetas. O risco de desintegração da Europa existe. Desentendimentos entre grupos de Estados, dificuldades em encontrar soluções comuns e fazer esforços conjuntos podem ter um efeito ainda mais erosivo do que a crise financeira de 2012… [A Europa] se transformou em um arquipélago composto de múltiplas ilhotas dispersas. A capacidade de chegar a compromissos, compartilhar opiniões e cooperar de modo prático se deteriorou ”, disse Milanesi.

Migrants, who were part of a group intercepted aboard a dinghy off the coast in the Mediterranean sea, stand on a rescue boat upon arriving at a port in Malaga, southern Spain, December 3, 2016 - Sputnik Brasil
Espanha pode extraditar migrantes que autorizou receber após disputa entre Itália e França
As declarações acontece enquanto a União Europeia tenta encontrar uma solução comum para a crise migratória em meio a discordâncias intensificadas sobre o assunto, com uma cúpula sobre as questões de migração a ser realizada nesta semana em Bruxelas.

Segundo o ministro, uma Europa unida, se não entrar em colapso, poderá enfrentar a situação quando os acordos europeus deixarem de funcionar.

As discussões sobre a migração ilegal na Europa se intensificaram depois que as autoridades da Itália e Malta fecharam seus portos para um navio com mais de 600 migrantes a bordo no início de junho. O impasse irritou o presidente da França, Emmanuel Macron, que à época chegou a chamar o governo italiano de "cínico e irresponsável". Para dar fim à contenda, a Espanha concordou em aceitar os migrantes.

O incidente, no entanto, provocou a troca de críticas e deu um impulso adicional à busca de uma abordagem da questão em toda a UE, com a Itália pedindo a revisão do Regulamento de Dublin que permite enviar migrantes de volta ao país onde eles entraram no continente pela primeira vez.

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