O envio da Área de Defesa de Alta Altitude (THAAD) para a Base Aérea de Ramstein, que hospeda a sede da Força Aérea dos EUA na Europa e o Comando Aéreo Aliado da OTAN, foi discutido, declarou uma autoridade militar norte-americana à agência.
"Seria mais uma mensagem política para os europeus que levamos a sério a proteção de nossos aliados", informou a autoridade.
Berlim estava aberta à mudança, que, segundo a administração alemã, ajudará a proteger melhor as populações civis, acrescentou outra fonte. A Reuters também citou um alto funcionário militar alemão, que sublinhou a necessidade de mais radares no continente europeu, para melhor rastrear e monitorar ameaças potenciais.
A Alemanha será formalmente notificada se os EUA seguirem em frente com a implantação do THAAD, apesar de Washington não precisar da permissão de Berlim para mover o sistema, de acordo com os acordos existentes, comentaram as fontes.
A notícia surgiu em meio a tensões entre os EUA e a União Europeia (UE), causadas pelo impasse tarifário e pela decisão do presidente estadunidense Donald Trump de retirar-se do acordo nuclear com o Irã.
Em maio, a chanceler alemã Angela Merkel chegou a afirmar que "não é mais o caso de os EUA simplesmente nos protegerem", pedindo à Europa que "tome seu destino em suas próprias mãos".
No entanto, não houve confirmação oficial das negociações ou da intenção dos EUA de colocar o sistema na Alemanha. O porta-voz do Pentágono, Eric Pahon, disse que "atualmente não há planos para instalar sistemas THAAD na Alemanha. Não discutimos o potencial futuro planejamento militar, já que não queremos sinalizar nossa intenção a potenciais adversários".
O Ministério de Relações Exteriores da Alemanha, que supervisiona as tropas estrangeiras estacionadas no país, também se recusou a confirmar que estava enviando sinais a Washington sobre uma possível implantação do THAAD.
O THAAD é um sistema de defesa antimísseis balísticos projetado para interceptar mísseis balísticos de curto, médio e médio alcance, e é produzido pela Lockheed Martin desde 2008.
Recado para a Rússia?
Os EUA têm insistido que estão colocando elementos de escudo antimísseis na Europa, incluindo Polônia e Romênia, a fim de combater o desenvolvimento de mísseis balísticos do Irã. Mas Moscou vê as ações norte-americanas como uma ameaça direta à sua segurança, argumentando que, junto com o atual avanço da OTAN perto das fronteiras da Rússia, aumenta as tensões na região e, de fato, torna a Europa menos segura.
Há alguns meses, o vice-ministro da Defesa da Rússia, Alexander Fomin, disse que os sistemas norte-americanos na Europa faziam parte do plano global de Washington para cercar a Rússia com centenas de mísseis.
"Locais de defesa antimísseis já foram instalados em solo norte-americano na Califórnia e no Alasca", ponderou Fomin, acrescentando que o Japão também aprovou a implantação dos sistemas Aegis Ashore, enquanto a Coreia do Sul já instalou o THAAD.
Na semana passada, o chefe do Comando Europeu dos EUA, general Curtis Scaparrotti, disse que precisava de mais tropas e equipamentos para fazer "um trabalho melhor de dissuadir a Rússia e nos colocar em melhor posição para entender como a Rússia funciona".
Scaparrotti também disse que "a avaliação inicial é que a Alemanha provavelmente não teria problemas com a implantação do THAAD".
Mas muitos na Alemanha estão descontentes com uma grande presença militar dos EUA no país. No início desta semana, centenas de veículos militares dos EUA, que estavam a caminho da Polônia como parte do maior movimento de tropas dos EUA no país desde a Guerra Fria, foram recebidos por manifestantes com faixas dizendo "Ami, vá para casa!" e " Não para a Terceira Guerra Mundial".
Em 2017, milhares protestaram do lado de fora da Base Aérea de Ramstein por seu envolvimento nas operações de drones do Pentágono. Espera-se que uma ação semelhante ocorra novamente no final de junho, com o organizador Reiner Braun dizendo ao site Stars and Stripes que ele espera que cerca de 5.000 manifestantes bloqueiem completamente o acesso à base americana.
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