'Humilhação nacional': passaportes britânicos pós-Brexit podem ser fabricados na França

© AP Photo / Matt DunhamPassaporte britânico tradicional
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O governo do Reino Unido anunciou no final do ano de 2017 que retornaria a usar o icônico passaporte azul britânico em 2019. A primeira-ministra Theresa May descreveu a medida como "expressão de nossa independência e soberania".

No entanto, tudo indica que o contrato de fabricação dos passaportes azuis do Reino Unido será concedido à empresa franco-holandesa Gemalto. O valor total do contrato é estimado em US$ 700 milhões de dólares.

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Em declarações anteriores, foi relatado que os passaportes poderiam ser fabricados na Alemanha ou na França, uma vez que os dois países foram selecionados como possíveis candidatos para o contrato.

Políticos pós-Brexit criticaram tal decisão e a descreveram como "completamente errada".

"Acho que isso é no mínimo inapropriado. É absolutamente desnecessário e completamente errado. Quaisquer que fossem as condições que levaram a essa decisão em termos de preço, o fato é que isso é um evento simbólico", comentou o político inglês Bill Cash.

Enquanto isso, Priti Patel, membro do Partido Conservador do Reino Unido, considerou o movimento como uma "humilhação nacional" e incitou o governo a tentar reverter a decisão.

"Deveríamos estar celebrando este momento. O retorno do nosso icônico passaporte azul restabelecerá a identidade britânica. Mas depositar o trabalho nas mãos dos franceses é simplesmente surpreendente. É uma humilhação nacional. Gostaria de pedir a Amber Rudd [ministra do Interior do Reino Unido] e ao governo, que olhem novamente para os poderes que possuem para ver o que podem fazer", disse Priti Patel à mídia britânica.

A possibilidade dos passaportes do Reino Unido serem fabricados fora do Reino Unido causou agitação nas redes sociais, com o renomado empresário britânico Duncan Bannatyne descrevendo-a como "insanidade", enquanto outros debocharam do exagero por causa do retorno do passaporte azul.

O Reino Unido votou por se retirar da União Europeia através de um referendo em 2016, com pouco mais da metade dos eleitores votando a favor de tal saída. O recente comunicado do acordo de transição Brexit mostra um progresso considerável nas negociações, mas várias questões, como a fronteira irlandesa, ainda estão por ser resolvidas.

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