Efeitos colaterais do avanço tecnológico ou como inovações ajudam os terroristas

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Nesta terça-feira (17), Andrew Parker, diretor-geral do Serviço de Segurança do Reino Unido (MI5), disse em entrevista aos jornalistas que os terroristas aproveitam completamente as inovações tecnológicas a fim de realizarem ataques e divulgarem propaganda do Daesh (organização proibida na Rússia e em vários outros países).

Ele avisou que não considera as tecnologias como um inimigo e disse: "Não sou o rei Canuto, que tenta parar a maré da tecnologia em desenvolvimento."

Contudo, ele exigiu que as empresas tecnológicas ajudassem o governo a lidar com os "efeitos colaterais indesejáveis […] daquelas inovações que os terroristas e espiões que desejam prejudicar-nos podem aproveitar".

Parker disse que a facilidade que acompanha as compras on-line, as publicações nas redes sociais, bem como mensagens cifradas, tudo isso faz com que os terroristas se beneficiem. Ele advertiu que para resolver esses problemas é preciso manter relações de parceria e cumprir obrigações éticas.

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"Nenhuma empresa gostaria de fornecer detonadores aos terroristas. As plataformas de mídias sociais não desejam que usuários publiquem vídeos ensinando como criar artefatos explosivos. E os fornecedores de rede não querem providenciar meios para planejamento terrorista fora do alcance do MI5. Várias medidas úteis foram introduzidas. Mas, entre as dificuldades estão a velocidade, o volume e o alcance, já que essas tecnologias continuem se desenvolvendo tão rápido. Compartilhamos a responsabilidade de fazer tudo o que pudermos a fim de evitarmos que os terroristas usem os serviços que são prestados por meio da Internet", disse Parker.

Anthony Glees, professor de ciências políticas da Universidade de Buckingham e diretor do seu Centro para Estudos de Segurança e Inteligência, comentou à Sputnik Internacional o discurso do chefe do MI5.

"Se as tecnologias são parte do problema, elas também são uma parte importante da solução. Tais pessoas como Edward Snowden e Julian Assange assinalam que nós, o nosso estado, ainda governa as tecnologias. É o melhor jeito de manter as pessoas seguras, saber quem está sendo recrutado e quem usa estes sites [de propaganda do Daesh]".

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Glees indicou também, que o chefe da MI5 usa tais declarações para sondar a possibilidade de conseguir um maior financiamento para lutar contra o terrorismo.

"Todos os dias o Reino Unido e seus colegas europeus realizam operações conjuntas. Quaisquer que sejam as consequências do Brexit, o Reino Unido tem que continuar colaborando com o resto da União Europeia."

O professor aponta também, que a incerteza em torno do Brexit e a proteção das fronteiras britânicas também representam dificuldades.

"O primeiro [problema] é, claro, o controle das fronteiras e da imigração, já que este [assunto] se tornará mais sensível, fazendo com que precisemos aumentar significativamente nossos gastos com novas tecnologias e novos funcionários, o que potencialmente pode enfraquecer a economia do Reino Unido", ressaltou o especialista.

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