Opinião: provável troca do nome é apenas a primeira de muitas concessões da Macedônia

© REUTERS / Marko DjuricaProtesto antigovernamental em Skopje, Macedônia, 17 de maio, 2015
Protesto antigovernamental em Skopje, Macedônia, 17 de maio, 2015 - Sputnik Brasil
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Em uma conversa com a Sputnik, os especialistas se mostraram céticos em relação à recente ideia grega apoiada pelo novo premiê macedônio, Zoran Zaev, de trocar o nome do país para "Antiga República Iugoslava da Macedônia" (ARIM), para que este possa aderir à Aliança Atlântica.

A iniciativa surgiu na sequência dos obstáculos que ao longo dos anos têm bloqueado o caminho da adesão macedônia à OTAN, ou seja, as exigências gregas em relação ao nome. O problema é que uma das províncias da Grécia tem exatamente essa denominação, o que tem gerado uma indignação contínua por parte de Atenas.

Zaev, por sua vez, acordou em mudar o nome do país pela respetiva causa, porém, ele indicou que esta seria uma mudança temporária. Em uma entrevista à Sputnik Sérvia, o cientista político Milenko Nedelkovski destacou, entretanto, que não há nada de novo na ideia de Zaev.

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"Temos, de fato, uma situação quase idêntica com a que aconteceu na cúpula da OTAN em Bucareste no ano de 2008. Na época, havia o lema 'Para a OTAN, para o ninho'. Neste ninho, deveriam estar a Albânia, a Croácia e a Macedônia, mas a última acabou por não aderir devido ao protesto por parte dos gregos. E já naquele momento havia a ideia que a Macedônia entraria na Aliança com o nome convencional que é usado a nível internacional na ONU, ou seja, FYROM", afirmou o especialista.

De acordo com Nedelkovski, há problemas muito mais globais por trás desta situação e na verdade a questão do nome não é assim tão importante. "Um problema muito mais sério é que isto, a meu ver, é apenas o primeiro passo no processo de cedências dos interesses nacionais macedônios", afirmou.

"Depois, já estaremos fazendo concessões à Albânia, à Bulgária, a mais alguém, e o país poderá se modificar completamente em apenas alguns anos", resumiu.

O especialista russo Aleksandr Safonov, por seu torno, opina que com esta declaração Zaev demonstrou sua disponibilidade para sacrificar algo, que tinha tido uma importância vital para os antigos governos, com o fim de entrar na Aliança o mais rápido possível.

"A oposição atual [sérvia], obviamente, usa estas palavras de Zaev para acusar o governo de conduzir uma política antinacional e estar disposto a fazer quaisquer concessões em assuntos importantes para o país […] Contudo, acho eu, a Macedônia tem problemas muito mais sérios do que a disputa sobre o nome", resumiu.

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