Apoio de Obama a Macron nas presidenciais francesas mostra 'hipocrisia' do neoliberalismo

© REUTERS / Jack Brockway/VirginEx-presidente dos EUA, Barack Obama, durante uma sessão de kitesurfing com o empresário britânico Richard Branson nas Ilhas Virgens Americanas.
Ex-presidente dos EUA, Barack Obama, durante uma sessão de kitesurfing com o empresário britânico Richard Branson nas Ilhas Virgens Americanas. - Sputnik Brasil
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O segundo turno das atribuladas presidenciais francesas terão lugar neste domingo (7). Nesta disputa se enfrentarão o ex-ministro da Economia do governo socialista e banqueiro de investimentos Emmanuel Macron e a representante da direita francesa Marine Le Pen.

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O jornalista independente Denis Rogatyuk falou com a Sputnik Internacional e afirmou que o resultado das eleições será um "fator decisivo no futuro da França dentro da União Europeia".

Le Pen, provavelmente a figura mais visível entre a direita europeia, promete não apenas abandonar a zona euro e reintroduzir a moeda nacional, o franco, mas não exclui a possibilidade de sair da UE de uma vez por todas.

Ao mesmo tempo, o centrista Macron manifestou seu apoio às estruturas europeias e suas políticas na área de economia.

"Que saibamos, os dois candidatos representam visões opostas e, de fato, polarizadas a respeito da União Europeia e sobre a França como parte dela", afirmou Rogatyuk.

Porém, muitos dizem que, após a "surpresa" do Brexit britânico e a eleição de Donald Trump como presidente dos EUA, não há nenhumas garantias que as presidenciais francesas deem a vitória ao candidato favorito dos moderados e do "establishment" político tradicional da França.

Há dois dias, o ex-presidente americano Barack Obama gravou um apelo de um minuto a favor do presidenciável Macron, assegurando no vídeo dirigido ao povo francês que "o sucesso da França é importante para todo o mundo".

No entanto, Rogatyuk destaca que este selo de aprovação por parte do ex-presidente dos EUA não foi nada surpreendente.

"É um passo bem previsível por parte do ex-líder americano… Além de Obama, Macron também recebeu elogios e apoios da parte de outras importantes figuras internacionais que fazem parte do que eles chamam de poderoso extremo centro por todo o mundo", assinalou, apontando a hipocrisia de um conselho não solicitado que vem de fora.

"Macron tem consistentemente tentado retratar Le Pen como fantoche de Vladimir Putin… Além de ter banido algumas mídias, tais como a Sputnik ou o RT, de assistirem às entrevistas coletivas", acrescentou.

"Esta interferência direta por parte de Obama de apoio a Macron é certamente mais um exemplo do tipo de hipocrisia que continua até hoje roendo o establishment neoliberal na França", resumiu.

As enquetes, que foram extremamente exatas no primeiro turno das eleições, indicam Macron como o líder claro da corrida, com uma vantagem de até 20%.

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"Um sentimento comum em todas as mídias e nas elites governantes francesas é que no domingo tudo estará preparado para entregar a presidência a Emmanuel Macron para que este passe os próximos cinco anos implementando políticas de austeridade e neoliberalismo", analisou o especialista.

Neste ano, nenhum dos maiores partidos franceses — nem os republicanos nem os socialistas — conseguiu passar para o segundo turno das eleições, pela primeira vez desde que o atual sistema eleitoral foi introduzido em 1965.

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