'Estamos precisando do apoio militar por parte dos EUA', diz chanceler alemã

© AP Photo / Ingo WagnerTropas norte-americanas passam através Alemanha para Leste Europeu
Tropas norte-americanas passam através Alemanha para Leste Europeu - Sputnik Brasil
Nos siga no
Em seu discurso na 53ª Conferência de Segurança em Munique, que serve de palco para os altos responsáveis oficiais de muitos países manifestarem sua opinião quanto aos assuntos mais atuais na área de defesa e segurança, a chanceler alemã Angela Merkel reiterou seu compromisso com a OTAN e os obstáculos nas relações com Moscou.

Vínculos entre Rússia e União Europeia

"A Rússia é também uma das nossas fronteiras externas e nossa vizinha, e eu não vou parar de me manifestar a favor do estabelecimento de boas relações com a Rússia, a despeito de todas as discordâncias", disse a chanceler alemã.

Demonstrantes participam do protesto contra a OTAN perante o local da realização da Conferência de Segurança de Munique, Alemanha (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
Alemanha adverte Trump contra ameaças à 'coesão da Europa' e da OTAN
Angela Merkel também afirmou que a Rússia e o Ocidente têm interesses comuns no que trata da luta contra o terrorismo internacional, e é necessário procurar uma abordagem comum continuando o trabalho nesta área.

"Acho que é nesta mesma esfera que temos interesses comuns e podemos cooperar", adiantou a chanceler.

Ao abordar a questão das relações da Rússia com a OTAN, em particular, Merkel frisou que a União Europeia continua aderindo ao Ato Fundador Rússia-OTAN.

"Para mim [o melhoramento das relações] quer dizer continuar seguindo o Ato Rússia-OTAN, e eu agradeço ao secretário-geral da OTAN por realizar os encontros do Conselho Rússia-OTAN", realçou, prometendo que a próxima reunião aborde o tema das guerras híbridas.

"Sabemos que a Rússia considera a estratégia da guerra híbrida como uma das formas de defesa. E se eu puder desejar alguma coisa, seria bom agendar esse tema como parte da discussão no âmbito do Conselho Rússia-OTAN", precisou a chanceler alemã, acrescentando que a guerra híbrida se tornou um "desafio sério para a democracia".

Secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenbeg, chefiando a reunião dos ministros da Defesa dos países-membros da aliança em Bruxelas, em 27 de outubro de 2016 - Sputnik Brasil
Revista norte-americana descreve cenário de colapso da OTAN até 2020
O conceito de "guerra híbrida" foi elaborado no século passado nos EUA e tem sido ativamente usado por Washington durante a mudança de regimes em todo o mundo. Esta ferramenta consiste em uso conjunto de medidas civis, militares, midiáticas e econômicas destinadas à desestabilização de um Estado.

Após o surgimento da crise ucraniana, os países da OTAN começaram falando das "ameaças híbridas" provenientes da Rússia. Entretanto, às vezes a Aliança reconhece que a ameaça híbrida real para a comunidade europeia provém das organizações islamistas e terroristas que, usufruindo de uma propaganda dura do islã ultrarradical nas redes sociais, formam suas fileiras.

OTAN e Europa em época de incertezas

"A política de defesa europeia não deve ser uma alternativa para substituir a OTAN", afirmou Merkel, dizendo que se trata de um "anexo à OTAN". As declarações foram feitas num contexto em que se fala muito sobre a possível criação de um exército comum europeu.

Ao falar da recente escalada das tensões no Leste ucraniano, a chefe do governo alemão afirmou que o papel da OTAN aumentou após a reunificação da Rússia com a Crimeia e o começo do conflito na parte oriental da Ucrânia.

"Os acordos de Minsk são a única coisa que temos, e não vale a pena cancela-los dado que não temos mais nada que nos dê esperança", observou Merkel. "Estamos precisando de uma solução política e eu estou disposta a me esforçar cada vez mais e continuar trabalhando não obstante o sentimento de desilusão."

Reunião do presidente da Ucrânia Poroshenko com o Secretário Geral da OTAN Stoltenberg - Sputnik Brasil
'Nem os ucranianos necessitam da OTAN, nem a Aliança necessita da Ucrânia'
Além disso, a chanceler europeia comentou as exigências expressas por Donald Trump, 45º presidente dos EUA, durante sua campanha eleitoral e primeiras semanas da governança, em relação ao orçamento militar dos países-membros da Aliança Atlântica.

"A Alemanha, bem como os outros países, assumiu em 2014 o compromisso de aumentar seu orçamento militar para 2% do PIB", disse. "Estamos precisando do apoio militar por parte dos EUA", continuou, detalhando que se trata, em primeiro lugar, do combate ao terrorismo internacional.

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала