Os soldados da área de informação do Kremlin escolheram Angela Merkel como pessoa do ano. Isso foi firmado por uma fonte de Bruxelas, cujas palavras foram citadas pela AFP: a chanceler da Alemanha talvez já fosse um dos alvos prediletos da "campanha de desinformação", efetuada pela Rússia em 2016, campanha essa que deverá se tornar muito mais forte neste ano que antecede as eleições presidenciais.
Informações duvidosas na Internet serão controladas pelo The East StratCom Task Force, grupo operativo criado pela Comissão Europeia em 2015.
"É interessante, primeiramente, seu nome — StratCom, ou seja, comunicações estratégicas — um dos delicados eufemismos usados pelos círculos ligados aos centros de observação dos EUA ou da OTAN para reconhecimento de propaganda ou contrapropaganda", diz François-Bernard Huyghe, diretor do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas (IRIS).
"Trata-se de mentiras intencionais usadas para objetivos estratégicos. Criticar essa ilusão ideológica é pouco […], deve-se mostrar que se trata de enganação proposital, ou seja, quando alguém publica informação mentirosa com más intenções ou quando ele mesmo a cria", continua François-Bernard Huyghe.
O site do grupo operativo tem 13 mil seguidores no Twitter e 11 mil no Facebook. O objetivo principal do grupo é denunciar "notícias falsas" publicadas pelo Kremlin ou do interesse da fortaleza russa. Mas a eficiência desses instrumentos é bastante limitada, sublinha François-Bernard Huyghe:"[Esse grupo] não influencia significativamente a opinião pública. <…> Isso tudo é somente para dizer que a Sputnik França possui, além de direcionamento pró-russo, opinião diferente da propagada pela União Europeia."
Essa iniciativa europeia foi lançada para combater informações falsas, mas, no final das contas, ela começou a dar justificativas. No site The East StratCom Task Force está escrito: "análise da desinformação publicada não deve ser considerada posição oficial da UE", pois os comentários dos usuários da "rede de denúncia" servem de base.
"Durante muitos anos chegamos a achar que a inteligência e a elite criticavam as principais mídias, criticavam ideias propagandeadas pela publicidade, imprensa recreativa, criticavam ideologia do nosso governo e estimulavam que as pessoas buscassem a verdade ou versões alternativas nas redes sociais […]. Mas, tudo indica que a situação é outra. A elite incentiva para que todos voltem a acompanhar programas de televisão e a comprar revistas em bancas de jornal, ao invés de acompanhar mídias nas redes sociais por serem consideradas instrumentos de desinformação, rumores etc.", explicou o diretor.
Quanto ao The East StratCom Task Force, o instrumento de propaganda e contrapropaganda, suas atividades por enquanto não estão checando fatos para comprovação de notícias. Seria prudente confiar no grupo citado acima?
P.S.: O grupo operativo The East StratCom Task Force está evitando responder aos comentários da Sputnik França.
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