"A Ucrânia jogou no campo de Clinton, mas Paul Manafort [o chefe da sede eleitoral de Trump] tem boa memória, já para não falar de Trump, que tem uma memória excelente. Isso foi imperdoável", disse o conselheiro de Manafort ao Vesti.
Segundo as palavras do analista político Vladimir Fesenko, Trump ainda não se definiu quanto ao assunto ucraniano. Além disso, o presidente não tem funcionários para se ocuparem da Ucrânia.
"O risco são as suas negociações com a Rússia, até um possível acordo referente à Ucrânia: eles podem decidir algo por nós", cita o jornal as palavras de Fesenko.
Além disso, as fontes do Vesti confirmam que Washington já não tem interesses diretos na Ucrânia.
O presidente da empresa de gás Burisma Holdings (o filho do atual vice-presidente dos EUA, Joe Biden Hunter é um dos administradores da empresa) deu a entender que Washington não precisa mais do gás de xisto da Ucrânia e lembrou que Trump definiu como tarefa o desenvolvimento da produção petrolífera e exploração de depósitos de xisto internas."Em qualquer caso, nós já não iremos ocupar o primeiro lugar na lista de prioridades dos EUA — no melhor dos casos, nós seremos entregues à Europa", sugere o analista político Vadim Karasev.
Segundo o jornal, os EUA não irão decidir a questão ucraniana antes do verão de 2017, e está supostamente planejado tomar uma solução inequívoca — ceder as posições à Rússia.
Neste contexto, os adversários de Poroshenko tentam estabelecer contatos no futuro Departamento de Estado. O ex-chefe do Serviço da Segurança da Ucrânia (SBU) Valentin Nalyvaichenko foi enviado aos EUA por YuliaTimochenko. É possível que Mikhail Saakashvili [político que foi presidente da Geórgia de 2004 a 2013, e que atualmente é governador de Odessa] e o bilionário de Donetsk Rinat Akhmetov, que antes trabalhou com Paul Manafort quando este era tecnólogo político do Partido das Regiões, estejam buscando aliados nos EUA para uma futura luta política.Entre a oposição estão buscando um possível líder ucraniano, o que, de acordo com os especialistas, fala da completa ausência de confiança em Pyotr Poroshenko. Ao mesmo tempo, a oposição tenta acelerar o momento da mudança de governo.
"Muitos estão agora trocando de sapatos com sucesso, os que antes eram do pró-ocidentais agora se tornam centristas, dizem coisas mais positivas em relação à Rússia", disse o analista político Ruslan Bortnik.
A equipe de Poroshenko, por sua vez, está trabalhando num plano para conservar as posições, há dois modelos — o "parceiro de treinamento" e o "sucessor", nota o jornal.
Um "parceiro de treinamento" significa que Poroshenko será reeleito, escolhendo um oponente conveniente como, por exemplo, Oleg Lyashko. Os círculos do primeiro-ministro da Ucrânia Vladimir Groisman falam do "sucessor": Poroshenko renunciaria aos poderes aparentemente por causa de problemas de saúde e nomearia o procurador-geral, Yuri Lutsenko, que está ganhando popularidade por via dos julgamentos de ex-"regionalistas" e oligarcas. Ao mesmo tempo, os especialistas também têm contra-argumentos a essas suposições."Poroshenko não vai desistir da luta por um segundo mandato, exceto se entender que não tem nenhuma possibilidade. Em 1999, o índice de popularidade de Kuchma era menor do que é agora o de Poroshenko, mas ele se tornou presidente. Aqui, é necessário ter em conta as tecnologias e a consolidação das elites", concluiu Vladimir Fesenko.
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