Turquia ameaça abrir fronteiras da Europa para refugiados

© AFP 2023 / ADEM ALTAN Presidente turco Recep Tayyip Erdogan discursa na cerimônia de entrega de prêmios em Ancara, Turquia, 3 de novembro de 2016
Presidente turco Recep Tayyip Erdogan discursa na cerimônia de entrega de prêmios em Ancara, Turquia, 3 de novembro de 2016 - Sputnik Brasil
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O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ameaçou nesta sexta-feira (25) abrir as fronteiras de seu país com a Europa para os imigrantes se continuar sendo pressionado por Bruxelas.

"Se for mais além, estas portas de fronteira serão abertas. Nem eu nem o meu povo se verão afetados por estas ameaças secas. Não importa se todos vocês votam a favor [da proposta do Parlamento Europeu]", disse o presidente em um congresso realizado em Istambul, segundo relata a Reuters.

"Nunca tratou a humanidade de forma honesta e não cuidou das pessoas com justiça. Não recolheu bebês quando eles foram lançados às margens do Mediterrâneo. Nós somos aqueles que alimentam cerca de 3,5 milhões de refugiado neste país", continuou Erdogan, em referência direta à União Europeia (UE). 

Além disso, o presidente acusou a UE de não "cumprir sua promessa".

"Quando 50.000 refugiados se apresentaram no Kapikule [portão da fronteira], você se pôs a chorar e começou a dizer: 'O que vamos fazer quando a Turquia abrir as portas da fronteira?'. Olha, se você ir além, as portas da fronteira serão abertas. Você deve saber", acrescentou Erdogan.

A Alemanha respondeu dizendo que "ameaças não são úteis" no acordo de imigração entre a União Europeia e a Turquia, informou a AFP.

Ontem (24), os membros do Parlamento Europeu votaram a favor da suspensão temporária das negociações sobre a adesão de Ancara à UE na Comissão Europeia. A decisão foi uma resposta à reação "desproporcional" das autoridades turcas após o golpe fracassado em julho passado, segundo explicou Bruxelas.

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Em 18 de março deste ano, os dois lados chegaram a um acordopara tentar estancar o fluxo de refugiados em direção ao território europeu.

O pacto incluía a reentrada de refugiados na Turquia em troca de um regime de isenção de vistos para viagens de até 90 dias em favor dos cidadãos turcos.

O acordo gerou grande controvérsia e está em uma situação crítica: enquanto a Turquia já disse que poderia suspender todos os pactos firmados com a União Europeia e deter o fluxo de refugiados, Bruxelas tem insistido que os turcos não vão obter a isenção de vistos até que tenham cumprido todos os requisitos estabelecidos.

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