Inimigo interno? Finlândia agitada por crescente ameaça terrorista

© AFP 2023 / PER WISSINGMulheres muçulmanas
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Enquanto a Bélgica e a Suécia foram anteriormente identificadas como os principais "fornecedores" de recrutas jihadistas para o Oriente Médio per capita, a Finlândia provou surpreendentemente ter a maior quantidade de jihadistas em proporção com a quantidade de muçulmanos.

Recentemente foi confirmado que uma pessoa da Finlândia realizou um atentado suicida à bomba no Iraque, disse o diretor da Polícia de Segurança Finlandesa, Antti Pelttari, à emissora nacional finlandesa Yle. Enquanto Pelttari não fez mais nenhum comentário sobre a identidade do homem-bomba, ele admitiu que este ato terrorista reflete os perigos que decorrem do panorama em permanente mudança na Síria e no Iraque. Em setembro passado, o Daesh escreveu no Twitter que um finlandês, usando o pseudônimo Abu Hurayra al-Finlandi, tinha dirigido um carro cheio de explosivos em uma base militar iraquiana.

A Polícia de Segurança Finlandesa (Supo) expressou preocupações gerais sobre o crescente número de jihadistas que retornam de zonas de conflito na Síria e no Iraque, identificando-os como uma grande ameaça potencial à segurança finlandesa. Segundo Pelttari, a Supo está atualmente vigiando mais de 300 pessoas suspeitas de ter conexões com jihadistas. Os grupos salafistas clandestinos, que agora estão operando na Finlândia, são outra dor de cabeça para o país nórdico.

"Anteriormente, havia cerca de 200 suspeitos na Finlândia, mas hoje seu número é de mais de 300", disse Pelttari à Yle, confirmando as evidências que alguns deles alcançaram mesmo posições elevadas no Daesh.

Durante uma coletiva de imprensa recente, o chefe da Supo, Antti Pelttari, destacou um fato bizarro: o número de islamistas radicais que se juntaram ao Daesh é o maior na Finlândia em relação à proporção total de muçulmanos. A Supo não tinha nenhuma explicação razoável para esse fenômeno. Atualmente, a comunidade muçulmana finlandesa é estimada em 60 mil pessoas em uma nação de 5,4 milhões.

"Mais de metade dos jihadistas viveram toda a sua vida na Finlândia e se radicalizaram aqui. Os que partem são de fato uma multidão dividida. Alguns deles têm estado realmente sob escrutínio há muito tempo, mas também há jovens que de repente se radicalizaram através de contatos on-line. Não há uma explicação única para o motivo pelo qual isso aconteceu", disse Pelttari à Hufvudstadsbladet.

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Supo e a ministra do Interior estão atualmente pressionando por mudanças na legislação para tornar possível monitorar o tráfego de dados para e da Finlândia se uma das partes tiver alguma ligação ao Daesh.

"Estamos particularmente preocupados com as pessoas que passaram por treinamentos terroristas e ganharam experiência em conflitos armados. Como você provavelmente pode entender, é um enorme trabalho de recursos intensivos o de monitorar continuamente essas pessoas", disse a ministra do Interior, Paula Risikko, ao jornal finlandês Hufvudstadsbladet.

Segundo Pelttari, um total de 20 jihadistas retornou à Finlândia. Apesar do número crescente de retornados, Pelttari não vê razão para alterar a atual avaliação da segurança, segundo a qual existe um risco aumentado de atos individuais de terrorismo na Finlândia, todavia a Finlândia, em geral, não é um objetivo primordial das organizações terroristas.

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