Ex-embaixadora da Polônia revela quais mitos arruínam relações com Rússia

A política da Polônia sobre a Rússia é baseada em mitos e as relações com Moscou são percebidas de maneira muito vaga, impossibilitando, quase por completo, a interação entre os dois países.

Eis o que escreve a ex-embaixadora da Polônia na Rússia, Katajina Pelchinska Nalench, em um artigo da revista polonesa Polityka.

De acordo com o primeiro mito, alegadamente, a Rússia representa o "mal – um país agressivo, mentiroso e não democrático – com quem não se deve manter contato". É essa postura que prevalece na política polonesa. Segundo Nalench, a Polônia tem certeza que Moscou representa uma ameaça à segurança nacional.

O segundo mito estaria ligado ao fato de qualquer diálogo com a Rússia "estaria condenado ao fracasso", pois todos levariam ao conflito com o Ocidente. "Todo o 'degelo' nas relações russo-polonesas foi fruto da ingenuidade da Polônia, que permitiu se enganar com sinais enganosos de Moscou: após cada aproximação, seguiu a escalada".

Outro engano polonês remete à ideia de que a prática "do diálogo com a Rússia seria trair interesses da Polônia". Isso é um sinal da falta de profissionalismo dos políticos poloneses, acredita Nalench.

Os mitos não param por aí: "A política descompromissada da Polônia em relação a Moscou serve aos interesses da Ucrânia e Bielorrússia". Mas a realidade é outra, pois nem Kiev, nem Minsk tiram proveito da inexistência das relações entre Polônia e Rússia.

O último mito diz que "a Polônia é fraca para ter sucesso nas relações com a Rússia" e que Moscou e o Ocidente chegarão a um entendimento "sem o conhecimento" de Varsóvia.

Neste contexto, Nalench conclui que, "por ter uma postura radical na União Europeia, a Polônia é excluída do processo de tomada de decisões, é fraca e pede para que tudo seja resolvido sem levar em consideração a sua participação e opinião".