Entretanto, o analista do jornal sérvio Politika, Miroslav Lazanski, considera que este cenário se irá realizar.
"Não creio que tais incidentes tenham lugar na Bósnia. As declarações violentas foram feitas porque os sérvios nem sequer realizaram um referendo. Além disso, o Exército da Bósnia e Herzegovina empobreceu e não tem capacidade de ataque", destacou o especialista.
Receios adicionais são provocados pela modernização das Forças Armadas da Croácia e da Sérvia, o que já foi chamado por alguns analistas de "corrida armamentista balcânica". A Croácia recebeu dos EUA 16 helicópteros Bell OH-58 Kiowa de forma gratuita e deve receber sistemas de fogo reativo. Também surgiu uma informação sobre planos para comprar mísseis balísticos com alcance superior a 300 km. A Sérvia também está modernizando seu Exército – ela planeja comprar aviões. Mas não tem dinheiro para obter sistemas russos S-300.
Segundo disse Lazanski, a Sérvia possui o Exército mais poderoso na região – tem 33 mil efetivos, 212 tanques, mais de 360 veículos de combate e cerca de 80 aviões.
A Croácia tem 16,5 mil militares, 75 tanques, 118 veículos de combate e nove aviões. Entretanto, o especialista destaca que, segundo os seus dados, ela não possui mais de três aviões operacionais.
Assim, a Sérvia, a Croácia e a Bósnia (19 aviões e 45 tanques) são os países mais fortes na região.
Outros países têm um potencial menor – a Eslovênia tem 7,6 mil soldados, 14 tanques e 9 aviões, Macedônia possui 8 mil efetivos, 31 tanques e nenhum avião, o Montenegro tem 2,1 mil soldados, nenhum tanque, 4 aviões inoperacionais, 8 veículos de combate, 4 navios de combate e alguns navios de abastecimento.
Há que lembrar que o Exército do Kosovo também se está formando. Está planejado que até 2019 seja organizado e armado segunda os padrões da OTAN. Neste momento possui 2,5 mil soldados.
Em geral, segundo Lazanski, os exércitos dos países da antiga Iugoslávia são pobres e têm o que resta desse antigo Estado.