Pessoas em fuga carregando tudo o que podiam, desde objetos pessoais aos animais de estimação. Essa foi a imagem do desespero causado pelo avanço das chamas de um incêndio florestal em direção à zona histórica da cidade do Funchal, capital da Ilha da Madeira, em Portugal, no início da noite desta terça-feira. O fogo atingiu vários prédios históricos e provocou um cenário de caos nas ruas da pacata cidade madeirense de pouco mais de 100 mil habitantes.
O ar que respiramos ja nao e o mesmo, mal da para respiral, continuem orando por nos#prayforportugal pic.twitter.com/vevslWnpW0
— portugal loves 5h (@glitterjauregay) 10 августа 2016 г.
O governo ativou o plano de emergência e orientou que os moradores das áreas próximas abandonassem suas casas o mais rápido possível. O trânsito ficou caótico com pessoas em fuga e os acessos à cidade bloqueados pela polícia. Muita gente se aglomerou na Avenida Atlântica, na beira da praia, à espera do pior. Segundo os bombeiros, o vento forte mudou de direção e dificultou o trabalho de combate às chamas, levando o fogo em direção à cidade.
Pelo menos dois hospitais foram evacuados, todas as entradas da cidade foram fechadas e dezenas de casas foram destruídas pelas chamas. Ainda não se sabe ao certo o número de pessoas desalojadas, mas a expectativa é que sejam centenas, já que várias regiões da capital da Madeira foram atingidas. A fumaça densa tomou conta da ilha e era vista até em imagens de satélite. Pelo menos 200 pessoas tiveram que ser atendidas por problemas respiratórios e há confirmação de um ferido grave por queimaduras transferido às pressas para Lisboa.Por telefone, o presidente da Câmara Municipal do Funchal, Paulo Cafôfo, disse à televisão pública que o fogo estava descontrolado e que muitas pessoas já haviam abandonado suas casas no final da noite de terça-feira. Ele confirmou que o governo local pediu ajuda ao Governo central para o envio de reforços. Ainda na madrugada, aviões da Força Aérea Portuguesa decolaram em direção à Madeira levando reforços.
"Acionamos o pré-alerta para o mecanismo europeu de proteção civil, assim como o acordo bilateral com a Federação Russa, tendo em vista a atual necessidade de acionar meios", disse o primeiro-ministro António Costa.
Os incêndios começaram ainda na segunda-feira nas áreas altas da cidade, mas o vento forte mudou de direção e fez com que as chamas se alastrassem para a parte baixa do Funchal. Isso aconteceu no final da tarde de terça-feira e o pânico se instaurou. Centenas de pessoas corriam carregando tudo o que podiam, entravam em seus carros e tentavam deixar a cidade, causando grandes congestionamentos. Os sons ouvidos misturavam o vento forte, as sirenes dos operativos de combate às chamas e as explosões de botijões de gás. Centenas de moradores desceram dos bairros altos e decidiram aguardar o desenrolar da situação junto ao mar.

Em Portugal continental, a terça-feira também foi de correria contra a força do fogo. Foram quase 400 incêndios registrados, cerca de 150 permaneciam ativos ainda à noite. Segundos as autoridades, 11 deles eram considerados "importantes". No combate às chamas foram mobilizados mais de 5 mil homens e mulheres, 1400 veículos e cerca de 30 aeronaves.
A situação está longe de se normalizar, visto que as previsões não são nada animadoras. O calor de quase 40 graus deve continuar esta semana e o vento forte continuará alastrando as chamas e trazendo mais dificuldades aos bombeiros portugueses. O país continua em chamas e em alerta total.
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