Mídia americana recorda orgias de doping no esporte dos EUA

© AP Photo / Felipe DanaA lab technician shows a sample to be tested for doping
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Enquanto a Rússia é acusada de doping, o The New York Times decidiu quebrar o silêncio sobre o esporte nos EUA que reinou no passado.

De acordo com o correspondente do jornal, Michael Powell, na maior parte dos anos 80 e 90 os Estados Unidos tinham sérios problemas com doping em esportes olímpicos e, ao mesmo tempo, o Comitê Olímpico Nacional dos EUA encorajou essa prática.

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Os resultados de análises desapareciam, os atletas que usaram substâncias dopantes ganharam medalhas e treinadores que estavam implicados nesses eventos tiveram carreiras de sucesso, escreve Powell.

"Nossos dirigentes e patrocinadores olímpicos, bem como vários representantes da mídia, fecharam os olhos e taparam os ouvidos quando se tratava do abuso de substâncias entre os atletas norte-americanos", observa o repórter.

Como exemplo, ele relata o caso de 1987, quando o esquiador Kerry Lynch, em quem foram depositadas grandes esperanças, viajou para a Alemanha, onde um médico norte-americano lhe fez uma transfusão de sangue, enriquecendo suas células vermelhas para aumentar a resistência do atleta. Poucos dias depois, ele obteve o 2º lugar no combinado no mundo de esqui nórdico: foi o melhor resultado da equipe americana no esporte.

No entanto, a decepção foi revelada, Lynch confessou tudo e se descobriu que o então diretor do programa do esqui nórdico dos Estados Unidos, Jim Page, havia concordado com o plano de doping.

A Federação Internacional de Esqui baniu Lynch para toda a vida. Ao mesmo tempo, o Comitê Olímpico Nacional dos EUA tratou Page muito melhor, ele nem só não perdeu seu emprego, como também recebeu uma nova atribuição.

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O jornalista também lembrou a história de Carl Lewis, que em 2003 confessou que ter falhado em 1988 três testes de doping contra estimulantes, mas os dirigentes do Comitê Olímpico dos Estados Unidos tinham, em seguida, fechado os olhos. Como apontou Michael Powell, não foi o único caso.

"Centenas de atletas e treinadores conseguiram escapar", frisou.

Em particular, o famoso treinador de atletismo Pat Connelly admitiu que pelo menos 20 atletas norte-americanos provavelmente usaram substâncias dopantes durante os Jogos Olímpicos em Seul em 1988.

"E assim por diante. É incrível como vários desempenhos atléticos daqueles tempos ainda são recordes mundiais", observou Powell.

Ao mesmo tempo, de acordo com o jornalista, depois de muitos anos de silêncio, a situação com o doping foi resolvida nos Estados Unidos. Agora, a agência anti-doping "persegue ativamente" os atletas e treinadores que recorrem à dopagem.

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