Os testes laboratoriais foram iniciados depois de a Agência Mundial Antidoping (WADA) ter apresentado um relatório acusando a Rússia de doping sancionado pelo Estado, informou na terça-feira o presidente do COI Thomas Bach.
"Após os resultados desta Comissão Disciplinar, mais sanções e ações podem se seguir. Além disso, lançámos um inquérito completo em relação a todos os atletas dos Jogos Olímpicos de Inverno em Sóchi em 2014 sob a chefia de Danny [Denis] Oswald e não hesitaremos em impor sanções contra todos os atletas e indivíduos implicados nisso", comunicou Bach na 129ª sessão do COI.
"O princípio básico da legislação natural é que qualquer ser humano tem o direito à justiça individual e tem que ser presumido inocente. Claro que isso também se aplica em relação a atletas. Mas as alegações tiveram um peso tão grande e foram tão detalhadas que esses princípios não podem ser respeitados plenamente. Por essa razão a Diretoria Executiva do COI teve que reverter a presunção de inocência para os atletas russos e obrigá-lo ou obrigá-la a assumir responsabilidade coletiva pelas supostas falhas do governo", informou Bach.
Todos os 68 atletas corredores e esportistas de atletismo foram proibidos pela federação internacional de competir nas Olimpíadas no Rio que têm início mais tarde nesta semana.
"Apesar disso, a justiça natural não nos permite privar o ser humano do direito de provar sua inocência. É por isso que a Diretoria Executiva do COI concedeu esse direito aos atletas russos e impôs o critério de elegibilidade rigorosa em relação a eles", sublinhou Bach.
"Os recentes eventos demonstraram que nós precisamos fazer uma revisão completa do sistema antidoping da WADA. <…> O COI está defendendo a introdução de um sistema antidoping mais rigoroso e eficiente. Isso requer responsabilidades claras, mais transparência, mais independência e melhor harmonização internacional. O COI apresentará propostas em todos esses sentidos na Cúpula Olímpica em outubro deste ano e em 2017 na [conferência de doping da] WADA", explicou Bach.
Bach indicou as áreas antidoping onde o COI não tem autoridade e onde a entidade não pode se responsabilizar.
Segundo ele, não é o COI que é responsável pelo credenciamento e supervisão dos laboratórios antidoping, das questões referentes a uma suposta corrupção entre os líderes, da federação internacional e das federações nacionais quanto ao assunto de doping. O COI não tem poderes de anunciar que uma organização não observa o código da WADA e não pode controlar a informação sobre as falhas do sistema de provas.