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Neymar e Messi simbolizam o êxodo dos craques sul-americanos para o Velho Mundo

ENTREVISTA COM MARCOS PENIDO
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A FIFA escolheu – entre o argentino Messi, o brasileiro Neymar e o português Cristiano Ronaldo – o vencedor do Troféu Bola de Ouro como melhor jogador do mundo em 2015. Lionel Messi ganhou, mostrando a supremacia dos jogadores sul-americanos. E fica a pergunta: o poder do dinheiro europeu esvazia o futebol da América Latina?

Falando à Sputnik Brasil sobre a indicação final da FIFA, o jornalista Marcos Penido, presidente da ACERJ (Associação dos Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro), declarou que a escolha dos três craques foi a mais acertada, pois tanto os dois do Barcelona (Neymar e Messi) quanto o atacante do Real Madrid (Cristiano Ronaldo) foram os maiores destaques do futebol mundial em 2015.

Lionel Messi - Sputnik Brasil
Messi conquista a Bola de Ouro da Fifa pela quinta vez

Para Penido, cada um dos três jogadores representa muito bem o que há de mais moderno no futebol mundial em termos de estilo, qualidade e poder de resolução. Em entrevista à Sputnik Brasil, o jornalista e presidente da ACERJ disse não ver qualquer injustiça na escolha, e respondeu a outras perguntas.

Sputnik: A participação de dois sul-americanos na lista do que há de melhor no futebol europeu, onde, aliás, jogam os melhores atletas sul-americanos, mostra que o dinheiro europeu esvaziou o futebol da América do Sul?

Marcos Penido: Este é um problema que acontece há muito tempo. A Europa tem campeonatos muito mais valorizados, mais bem organizados, e eu acho que o futebol brasileiro tem que aprender com a organização do futebol europeu e tentar atingir o mesmo patamar, o mesmo nível que os clubes de lá conseguiram, para poder fazer frente a essa concorrência.

S: E o bilionário futebol chinês, com suas ofertas irrecusáveis para os clubes de todo o mundo, vai superar as ofertas dos gigantes europeus e esvaziar ainda mais o nosso futebol?

MP: Chegou a China, como antes havia a Europa, os árabes, e daqui a pouco vão chegar os Estados Unidos também. Estão todos se programando, e para quem joga futebol é muito bom. O que seria bom para nós, ser exportador de jogadores, não é demérito nenhum. O problema é que nós poderíamos ter os jogadores aqui e vê-los aqui. Esse seria um grande mérito, se nós conseguíssemos ter os nossos jogadores, os melhores jogadores sul-americanos na América do Sul, mas, diante da concorrência, nós não conseguimos. O que temos que fazer é olhar como eles conseguem fazer, seguir o exemplo, trabalhar duro para conseguir entrar nesse caminho. É um caminho longo, mas eu acredito que nós, um dia, possamos chegar lá, sim, desde que se organize bem, se faça um calendário que corresponda ao calendário europeu, enfim, se tome uma série de medidas importantes para que os campeonatos sejam realmente valorizados como espetáculos. Eu acho que aqui ainda não chegamos a esse ponto. Se chegarmos, aí, sim, poderemos ter um nível para manter pelo menos alguns jogadores aqui. É curioso que, ao mesmo tempo que eles levam os nossos melhores jogadores, o Brasil está se tornando um eldorado para outros países sul-americanos, pegando alguns bons jogadores e fazendo mais ou menos a mesma coisa junto aos nossos vizinhos.

S: A China contratou o melhor jogador brasileiro de 2015, Renato Augusto, que no ano passado foi o grande destaque do Corinthians na conquista do Campeonato Brasileiro.

MP: Estão levando os dois melhores do Corinthians. Agora há uma proposta pelo goleiro também. Estão com dinheiro e vão levar mesmo, é uma realidade que temos que encarar. O Brasil fabrica muitos jogadores. Vamos torcer para que uma nova geração apareça, e apareça bem, e que nós tenhamos condição de manter essa nova geração.

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