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Com pandemia em alta no Brasil, comerciantes lamentam números ruins e futuro incerto (VÍDEO)

© Folhapress / Daniel Resende / EnquadrarMovimentação na rua da Alfandega, comércio popular do Centro do Rio de Janeiro, em 24 de dezembro de 2020, véspera do Natal
Movimentação na rua da Alfandega, comércio popular do Centro do Rio de Janeiro, em 24 de dezembro de 2020, véspera do Natal - Sputnik Brasil
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O isolamento social, a suspensão de atividades durante um longo período, a crise, o desemprego e outros problemas aprofundados pela pandemia da COVID-19 tiveram um impacto importante sobre diversos setores da economia brasileira em 2020, incluindo o comércio.

A expectativa de muitos comerciantes, sobretudo nos grandes centros movimentados do país, era a de que o esperado aumento nas vendas em razão das festas de final de ano pudesse aliviar os prejuízos acumulados ao longo dos últimos 12 meses. Mas, segundo alguns representantes do setor ouvidos pela Sputnik Brasil, esse crescimento acabou ficando abaixo da expectativa. 

​No Natal, as compras presenciais registraram queda de 2,7% em relação a 2019. Mas, de acordo com dados da Associação dos Pequenos e Médios Lojistas citados pela TV Cultura, as quedas nas vendas de produtos como vestuários, calçados, acessórios e serviços em dezembro podem chegar a 35%.

Na segunda maior cidade do país, o impacto foi sentido com força entre os comerciantes da região central, onde as vendas do comércio caíram mais de 30% em 2020. Segundo um levantamento do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-Rio) apontado pelo Monitor Mercantil, nos nove meses do ano em que as lojas ficaram abertas, houve queda de 6,9% nos bens não duráveis e 9,2% na aquisição de bens duráveis. Contando os três meses em que as lojas foram fechadas por conta do surto do novo coronavírus, as quedas sobem para 31,9% e 30,2%, respectivamente. 

​"Realmente, a epidemia trouxe dificuldade para todo mundo, inclusive para a gente. E, com o comércio abrindo às 11h, está sendo cada vez pior. O movimento caiu na faixa de 30% a 40% nesse período da epidemia", lamenta Luiz Fernando, comerciante de uma tradicional loja de facas do Centro do Rio, em declarações à Sputnik.

Segundo o varejista, a pequena melhora verificada no final do ano não foi significativa o suficiente para compensar as perdas sofridas nos meses anteriores. E, com a pandemia ainda em curso, assim como algumas restrições de horário, a situação está ficando "cada vez pior". 

Antônio Silva, funcionário de um bar histórico da região, também calcula perdas semelhantes em seu estabelecimento. Embora reconheça que o cenário poderia ter sido pior se o comércio tivesse que ficar fechado por mais tempo, ele avalia que os ganhos atuais ameaçam a sobrevivência de muitos negócios no Centro. 

"O Centro do Rio, infelizmente, está muito degradado", quase parecendo "uma cidade deserta", reclama, criticando também o poder público pela gestão da cidade em tempos de pandemia. Silva explica que, como grande parte dos seus consumidores é formada por trabalhadores que seguem atuando em regime de home office, a demanda está muito pequena. "Estamos torcendo para ter uma revitalização na área e que neste ano possamos melhorar".

Se os números foram cruéis com alguns segmentos, outros tiveram ainda menos motivos para comemorar neste final de ano, como afirmou, também em entrevista à Sputnik, Fagner Pozzato, vendedor há 15 anos em uma grande loja de instrumentos. 

"Este mês de dezembro foi bem abaixo do esperado. Não tivemos grandes vendas, foi muito abaixo de todos os outros anos. Pelo que acompanho de mercados de instrumentos musicais, que não são, vamos dizer assim, uma prioridade, não houve crescimento [no final do ano]. Manteve uma linha bem abaixo."

Vendedor de uma livraria de porta de rua, o senhor José de Souza também se queixa do baixo volume de vendas. A esperança de melhoras, explica, seria o retorno às aulas, mas ele diz entender que é complicado contar com isso, uma vez que ainda não há uma previsão para a normalização do ensino.

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