O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Brasil cumpre 94 dos 245 parâmetros políticos, econômicos, sociais e ambientais exigidos pela OCDE e que o país está "pronto para ingressar" no bloco.
Para a economista Nadja Heiderich, professora da Faculdade de Economia da Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado), coordenadora do Núcleo de Estudos em Conjuntura Econômica, a entrada do Brasil na OCDE está condicionada à política de reformas estruturantes.
"Um controle das contas públicas com a PEC do Teto dos Gastos e agora as agendas de reformas estruturantes vem também para trazer uma solidez maior para o Brasil no futuro. Essa seja talvez a principal vertente para a entrada na OCDE", afirmou.
Preservação ambiental é menos importante do que reformas
O relatório da OCDE emitido na quarta-feira (16) sugere ao Brasil o aumento da fiscalização na Amazônia e a intensificação da preservação das florestas.

Nadja Heiderich disse que a questão ambiental deve ser encarada com seriedade, mas, na verdade, possui um papel "coadjuvante" para a entrada do Brasil na OCDE se comparada com a necessidade de reformas estruturantes.
"Como coadjuvante há a questão ambiental porque diante da escassez de recursos que a gente tem na economia a gente precisa também amparar esse lado, é uma preocupação que também deve ser levada em conta com seriedade", afirmou.
Brasil teria acesso a recursos financeiros para mercado de carbono
Paulo Guedes pediu também o apoio da OCDE para ajudar o Brasil a reforçar as medidas da agenda social e ambiental do país.
"Sabemos que o futuro é verde e é digital. Precisamos do apoio da OCDE para implementar um sistema de comércio de carbono alinhado com nossas políticas e com as políticas ambientais internacionais", disse o ministro.
Nadja Heiderich comentou a declaração de Guedes e disse que a entrada do Brasil na OCDE facilita o acesso do país aos recursos necessários para projetos que gerem crédito de carbono."O Brasil tem diversos projetos que têm um potencial enorme para a geração desses créditos de carbono. É um mercado inexplorado por nós, e que tem um potencial grande. Entrando para a OCDE a gente vai ter apoio financeiro de instituições desses países-membros, como também as diretrizes da implementação desse mercado", afirmou.
Nadja Heiderich disse que o ingresso na OCDE faz com o que o Brasil tenha acesso ao conhecimento sobre mercado de carbono que os países-membros do grupo possuem.
"A gente vai ter os parâmetros para isso. Talvez seja por isso que o ministro falou da importância da OCDE para o desenvolvimento desse mercado porque hoje a gente não tem desenvolvido ainda esse mercado, apesar de todo nosso potencial", declarou.
O Brasil solicitou formalmente a entrada na OCDE em maio de 2017. Além dele, há outros cinco países na fila: Argentina, Bulgária, Croácia, Peru e Romênia.
Para entrar no grupo, porém, é preciso que os integrantes da OCDE concordem em abrir vagas para novos associados.
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