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Apoio do Brasil ao novo presidente do BID não é garantia de recursos ao país, aponta economista

© REUTERS / Carlos JassoVisitantes caminham em frente ao logo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Visitantes caminham em frente ao logo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). - Sputnik Brasil
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O cidadão estadunidense Mauricio Claver-Carone começou seu mandato à frente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) nesta quinta-feira (1º).

Carone foi eleito presidente do BID com 30 votos a favor e 16 abstenções. Apoiaram sua candidatura Brasil, Bolívia, Paraguai, Colômbia e Peru, entre outros países.

Conselheiro sênior de Donald Trump para a América Latina, Carone toma posse para um mandato de cinco anos. Essa será a primeira vez que um cidadão norte-americano vai liderar a instituição em seus 61 anos.

Em nota conjunta, o Ministério da Economia e o Ministério das Relações Exteriores comemoram a eleição de Carone e afirmaram que o BID vai "apoiar ainda mais a recuperação econômica da região, principalmente através de investimentos do setor privado e em infraestrutura".

Em entrevista à Sputnik Brasil, Otaviano Canuto, ex-vice-presidente do Banco Mundial e ex-diretor-executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI), disse que o Brasil não deve esperar contrapartida do BID por endossar o nome de Carone.

"Não se trata de privilégios, na verdade, a instituição tem os seus critérios de alocação de recursos e não é o fato de haver apoio brasileiro que vai alterar muito isso", destacou.
© AP Photo / Juan KaritaMauricio Claver-Carone, assessor de segurança para América Latina dos EUA, foi eleito novo presidente do BID
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Mauricio Claver-Carone, assessor de segurança para América Latina dos EUA, foi eleito novo presidente do BID

Segundo Canuto, um dos únicos benefícios que o Brasil pode ter durante a gestão de Carone pode ser a cadeira de vice-presidente Executivo.

"Historicamente a segunda posição no Banco Interamericano de Desenvolvimento, o vice-presidente executivo, sempre foi ocupada por alguém com apoio do governo americano. Presume-se que agora não vai haver um americano no primeiro lugar e um no segundo lugar. Eu julgo que deve haver uma ambição do Brasil em ter alguém sugerido pelo governo brasileiro para ocupar essa posição", comentou.

Otaviano Canuto projeta que Carone assume a instituição em um momento de recursos escassos para empréstimos.

"Na verdade, o grande desafio para o BID vai ser conseguir um aumento de capital porque o espaço de empréstimos que existia foi em grande medida usado este ano", afirmou.

Canuto acredita que o Banco Interamericano de Desenvolvimento deve focar em investimentos em infraestrutura ou outras áreas.

"O BID tem focalizado muito em apoio na área de saúde e de sistemas de proteção social, na retomada econômica pós-pandemia. Eu quero crer que o BID, assim como outras instituições multilaterais, poderá ter um papel mais ativo na recuperação de investimentos em infraestrutura ou em outras áreas similares", completou.

No entanto, Otaviano Canuto faz ressalvas ao volume de recursos que instituições multilaterais, como o BID, podem levantar.

"Sejamos realistas, o volume de recursos conduzidos através das instituições multilaterais não tem a magnitude, mesmo com aumento de capital, que possa ser considerada tábua de salvação para o país, mas são importantes", alertou.
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