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Solução para crise nos transportes passa por subsídios dos governos, alerta especialista

© Folhapress / Henrique Barreto/Futura PressMovimentação no terminal Princesa Isabel, em São Paulo (SP).
Movimentação no terminal Princesa Isabel, em São Paulo (SP). - Sputnik Brasil
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O governo federal publicou na semana passada a lista dos setores da economia mais impactados pela pandemia do novo coronavírus. Entre os mais afetados está o setor de transporte aéreo, transporte ferroviário e metroferroviário de passageiros.

A lista de atividades foi publicada no Diário Oficial da União e foi assinada pelo Secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos Alexandre da Costa.

A justificativa utilizada pelo secretário é de que lista ajuda "a orientar as agências financeiras oficiais de fomento, inclusive setoriais e regionais, acerca dos setores mais impactados pela crise ocasionada pela COVID-19".

Em entrevista à Sputnik Brasil, o economista Vladimir Maciel, especialista em mobilidade urbana e coordenador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica, explicou que a crise sofrida pelo setor de transportes se deve a dois fatores.

"Esse período da pandemia para cá a gente passou por um processo de quarentena em diversos graus e isso reduziu o fluxo de pessoas. [...] Do outro lado, a gente tem nas empresas a orientação em vários munícipios de colocarem mais veículos rodando para que houvesse capacidade ociosa planejada. Em outras palavras, para que tivessem ônibus mais vazios, não tão lotados para diminuir as chances de aglomeração", disse.

Segundo Maciel, o resultado de um menor número de pessoas usando o transporte público combinado com uma maior oferta de ônibus para evitar que os veículos ficassem cheios fez com que houvesse uma queda de receita.

"Se a gente combina essas duas coisas, a gente vai ter queda de receita e do outro lado um aumento de custo, porque você vai rodar com ônibus, queimando diesel, pagando funcionários, com uma quantidade insuficiente de passageiros. Isso faz com que o setor de transporte público urbano passe a ser um dos mais afetados pela questão da pandemia", completou.

Maciel explicou que os governos estaduais e municipais são um dos responsáveis por financiar o setor de transportes através de subsídios para as empresas, mas que durante a pandemia muitos desses recursos acabaram não sendo repassados adequadamente.

"O setor de transporte público urbano é um setor subsidiado, normalmente o valor das passagens não cobre os custos e o subsídio fecha essa conta. Só que neste ano já aconteceu casos de não haver aumento de repasse de subsídios para as empresas porque os governos ou estaduais ou municipais não tinham de onde tirar recursos para o subsídio adicional", afirmou.

Dessa forma, uma das soluções para o setor, segundo o economista, é o socorro dos governos para esses setores.

"De certa forma o governo está como parte do problema e como parte, ou quase totalidade, da solução. Pode ser que a transição de longo prazo, seja no sentido de readequar frota. [...] De curto prazo, de imediato, é necessário capital de giro. O empréstimo de curto prazo pode cobrir essa diferença entre receita e custo. E provavelmente ele vai vir de algum órgão oficial", completou.
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