Essa situação se deve ao mau desempenho econômico dos EUA e incremento de sua dívida na sequência da crise do coronavírus.
O mundo está "à beira" de uma nova era marcada pela instabilidade, desordem e fragmentação do período anterior de globalização, prevê em seu relatório o Deutsche Bank, o maior banco da Alemanha e uma das maiores instituições financeiras do mundo.
No documento, o banco sugere que a crise do coronavírus acelerou, mas não causou, a chegada daquilo que o principal analista Jim Reid refere como a nova "Era da Desordem", em que a deterioração das relações e os interesses divergentes entre os EUA e a China substituirão a era da "globalização sem restrições" que começou no início dos anos 80.
"Em termos de geopolítica, a tensão entre os EUA e a China deveria 'caracterizar a era da desordem' à medida que a China continua o percurso de recuperação de seu papel histórico como motor econômico mundial enquanto prefere seus próprios valores ao liberalismo ocidental", aponta o resumo do relatório.
Prevê-se que a China ultrapasse os EUA em termos de Produto Interno Bruto nominal até o final desta década. Com esta mudança radical é esperado que aumente o perigo da chamada Armadilha de Tucídides (risco acrescido de conflito militar entre duas potências rivais quando uma alcança outra economicamente). O relatório lembra que aconteceram guerras em 12 das 16 vezes em que ocorreu a Armadilha de Tucídides nos últimos cinco séculos.

Relatório sugere que um confronto militar direto entre a China e os EUA é improvável, no entanto, em vez disso o conflito se assemelhará mais à Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União Soviética, o que economicamente implica novas tarifas, sanções, apreensões de ativos e proibição de transferência de tecnologia e geopoliticamente a formação de blocos militares distintos, um liderado por Pequim e outro por Washington. Por sua vez, separadamente a China, a Rússia, a União Europeia e a Turquia devem competir pela influência no Oriente Médio e em África.
O relatório alerta que o período de instabilidade, que é previsto que dure cerca de dez anos, poderia ser "uma década de tudo ou nada para a Europa", com interesses econômicos divergentes e estagnação econômica ameaçando criar novos "pontos de estresse" na sequência da crise do coronavírus.
Os analistas do Deutsche Bank preveem também que a "teoria monetária moderna", ou o chamado "dinheiro de helicóptero", que é uma política monetária controversa que sugere pagamentos de bancos centrais diretamente aos cidadãos par estimular o crescimento econômico, será a tendência principal nos próximos anos e levará ao endividamento ainda mais elevando dos países. É previsto que um dos prováveis efeitos colaterais seja o aumento da inflação.
Devido à crise causada pelo coronavírus, a economia global deverá encolher mais de 5%, com o Banco Mundial denominando esta recessão como "a pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial".
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