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Ministra da Agricultura do Brasil diz que desmatamento não prejudicará acordos comerciais com EUA

© Fotoarena / FolhapressTerreno desmatado e queimado é visto na floresta Amazônica nos arredores de Porto Velho, em Rondônia
Terreno desmatado e queimado é visto na floresta Amazônica nos arredores de Porto Velho, em Rondônia - Sputnik Brasil
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A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou nesta segunda-feira (18) que o aumento de 29,5% no desmatamento na Amazônia não vai prejudicar os acordos comerciais entre Brasil e Estados Unidos. 

"De jeito nenhum. Não faz o menor sentido", afirmou a chefe da pasta, segundo publicado pelo jornal Estadão. O argumento usado pela ministra é que a agricultura não seria responsável pelas queimadas e desmatamento na região. 

"A agricultura brasileira que exporta não é a agricultura da Amazônia de jeito nenhum. Precisamos parar de falar isso. A agricultura brasileira que exporta está no Centro-Oeste, no Sul e no Sudeste do País. Essa agricultura não tem nada a ver com a Amazônia", disse Tereza Cristina, que está nos Estados Unidos participando de encontros no Banco Mundial e no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). 

Apesar da fala da ministra, a Amazônia Legal abrange partes da região Centro-Oeste, como Mato Grosso, estado que apresentou a segunda maior taxa de desmatamento, de 17,2%. 

Parlamentares americanos ameaçam boicote ao Brasil

Parlamentares americanos têm cobrado nos últimos meses maior comprometimento do Brasil com a questão ambiental. Por causa do aumento das queimadas na Amazônia, o deputado democrata Peter DeFazio apresentou projeto de lei na Câmara dos Estados Unidos para proibir a importação de produtos brasileiros como carne e soja. 

Além disso, um grupo de 11 senadores do Partido Democrata pediu o adiamento das negociações de um acordo de livre-comércio com o Brasil até o governo resolver a questão do desmatamento na Amazônia.

A preocupação não se restringe a um única legenda. Senadores democratas e republicanos apresentaram um projeto de resolução no Congresso americano “expressando preocupação bipartidária” com as queimadas na Amazônia e o desmatamento ilegal da floresta. 

Maior salto percentual no desmatamento em 22 anos

Segundo dados preliminares do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apresentados nesta segunda-feira, o desmatamento na Amazônia atingiu 9.762 km² entre o início de agosto do ano passado e o final de julho deste ano, taxa mais alta desde 2008, quando a região teve 12.911 km² de área desmatada.

Esse índice de devastação representou um aumento de 29,5% em relação ao período anterior, entre meados de 2017 e meados de 2018, quando o desmatamento atingiu 7.536 km². Esse foi o maior salto percentual dos últimos 22 anos. 

'Aumentou? Aumentou. Tem problema? Tem problema'

Tereza Cristina reconheceu que o desmatamento é um problema, mas minimizou o aumento no índice. 

"Eu vi que houve um aumento realmente de 30% mas não é os 90% que estavam falando em junho. Junho e julho saiu um dado maluco, 93%. Não é isso. Aumentou? Aumentou. Tem problema? Claro que tem problema", disse.

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