Teriam descoberto que país mais empresta dinheiro 'às escondidas' no mundo

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A China já é o maior credor oficial do mundo, atrás apenas dos EUA em quantidade total de empréstimos emitidos, mas a questão sobre quem domina a exportação de capital não oficial está rodeado de mistério.

Especialistas realizaram o primeiro estudo abrangente sobre o crédito estrangeiro do gigante asiático e outros fluxos financeiros. Christoph Trebesch, especialista do Instituto Kiel, afirmou que a China sempre foi um credor internacional ativo, emprestando grandes quantias a "Estados irmãos comunistas".

"O aumento das saídas totais de crédito ao longo das últimas duas décadas foi quase sem precedentes, comparável apenas às vagas de empréstimos oficiais dos EUA na sequência da 1ª e 2ª Guerra Mundial", acrescentou.

No período entre 2000 e 2017, as obrigações dos devedores estrangeiros com a China aumentaram de menos de US$ 500 bilhões para mais de US$ 5 trilhões – ou de cerca de 1% da produção econômica global para mais de 6%.

Sem rastros para FMI e Banco Mundial

A maioria dos créditos foi adquirida nos mercados de títulos internacionais pelo Banco Central da China. Além disso, o governo da China estendeu somas crescentes de empréstimos diretos, em especial para países em desenvolvimento e emergentes.

Pesquisas mostram que bancos estatais chineses emitiram cerca de um quarto do total de empréstimos bancários a mercados emergentes, impulsionando a China para a posição de liderança global como credor oficial, deixando para trás o FMI e o Banco Mundial.

De acordo com especialistas, o boom do crédito internacional da China tem sido principalmente devido ao rápido crescimento econômico do país. Outro fator importante, acrescentou Trebesch, foi "a política 'global em ascensão' do Estado chinês".

Unicidade de empréstimos chineses

No entanto, cerca de 50% dos empréstimos internacionais da China a países em desenvolvimento e emergentes contornam as estatísticas oficiais, tornando impossível o registro pelo FMI, Clube de Paris, agências de classificação de riscos de crédito ou fornecedores de dados privados.

Para os 50 principais beneficiários dos empréstimos chineses, que são predominantemente países menores ou mais pobres, a dívida com a China cresceu de cerca de 1% do seu PIB em 2005 para mais de 15% do PIB em 2016.

"O que torna o empréstimo internacional da China único não é apenas o seu tamanho e a falta de transparência, mas também o fato de ser quase inteiramente conduzido pelo Estado, pelo governo, pelos bancos estatais da China ou pelo Banco Central controlado pelo Estado", diz Trebesch.

A China, diz o relatório, empresta frequentemente a taxas de juro do mercado e, em parte, com cláusulas de garantia para reembolso em espécie, por exemplo, sob a forma de exportações de petróleo.

O escopo e a falta de transparência dos empréstimos da China, no entanto, representam um desafio para os países devedores e para os mercados financeiros internacionais, deixando a análise de risco do país na escuridão, afirma o relatório.

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