'Ninguém poderá conter o ascenso da China', afirma especialista

© AFP 2023 / STRNotas yuan e dólares dos EUA são vistos em uma mesa em Yichang, província de Hubei, na China central em 14 de agosto de 2015
Notas yuan e dólares dos EUA são vistos em uma mesa em Yichang, província de Hubei, na China central em 14 de agosto de 2015 - Sputnik Brasil
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O presidente estadunidense Donald Trump afirmou que a China não será uma superpotência "com ele" no poder. Conseguirá o líder americano conter o desenvolvimento do gigante asiático e o que acontecerá quando ele deixar de ser presidente dos EUA? Nessa conexão, o especialista chinês acredita que ninguém é capaz de cumprir essa tarefa.

Mais cedo, Trump disse em entrevista à Fox News que estava ''muito contente" com a briga comercial entre Washington e Pequim e que, embora a China queira ser a maior superpotência mundial, isso "não irá acontecer comigo".

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O mandatário assinou um decreto que introduz o estado de emergência para proteger a infraestrutura de informação e comunicação dos EUA contra ameaças estrangeiras. Por sua vez, o Departamento de Comércio dos EUA colocou a Huawei na lista negra de atividades contrárias à segurança nacional do país. Os fabricantes norte-americanos que vendem quaisquer equipamentos à Huawei precisarão agora de uma licença especial das autoridades estadunidenses.

Em seguida, alguns dos maiores fornecedores da Huawei, incluindo a Intel, Qualcomm, Xilinx e Broadcom, anunciaram que estão parando o fornecimento de software e componentes críticos para a empresa chinesa. Ademais, a Google também disse que suspende os contatos comerciais com a Huawei.

Em entrevista à Sputnik China, o professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade Chinesa de Comunicações de Massa, Yang Mian, indicou que, com todas essas ações, Trump aparentemente está tentando eliminar um forte concorrente das empresas tecnológicas americanas. No entanto, isso pode prejudicar os parceiros americanos da Huawei, que comprou no ano passado componentes americanos no valor de US$ 11 bilhões (R$ 45,8 bilhões).

Assim, Trump pode falhar o cumprimento das promessas da campanha eleitoral, ou seja, de "tornar a América grande novamente". Afinal, uma guerra comercial pode se converter em um choque econômico para todos os participantes do mercado.

"Trump desencadeou a chamada guerra comercial para alcançar o balanço comercial", afirmou o especialista.

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"Nós já dissemos várias vezes que não poderia haver vencedores em uma guerra comercial. E se em resultado da guerra comercial a economia norte-americana for afetada por choques sérios, o confronto entre a China e os EUA na área comercial terminará", destacou.

Ao comentar as recentes declarações de Donald Trump à Fox News, em que ele afirmou que a China não será uma superpotência "com ele" no poder, o professor afirmou que Trump só pode dirigir o país durante 8 anos.

"Mas ninguém poderá conter o ascenso da China. Quaisquer que sejam os truques dos EUA, quaisquer que sejam as medidas que tomem, eles não conseguirão conter o ascenso da China e o florescimento da nação chinesa, embora seja possível criar alguns obstáculos ao progresso. No entanto, a tarefa de conter a o desenvolvimento da China é irrealizável."

As capacidades de Trump estão limitadas, não só em conter o desenvolvimento da China em geral, mas também em relação a uma empresa chinesa em particular. Além do fato de o mercado americano estar sofrendo perdas — visto que as ações de quase todos os fornecedores da Huawei ficaram mais baratas, mas os cidadãos comuns também sofrem com o impacto. Por exemplo, em estados pouco povoados dos EUA toda a infraestrutura de telecomunicações usa equipamentos dessa empresa chinesa. Assim, caso as entregas de componentes diminuam drasticamente, a empresa não conseguirá prestar assistência a essas redes e os residentes desses estados ficarão sem comunicação.

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Para evitar tal impacto, o Departamento de Comércio dos EUA está pronto para conceder uma licença de 90 dias às empresas que já usam componentes da Huawei. De acordo com as autoridades americanas, essa medida deve ajudar as empresas de telecomunicação americanas a mudar gradualmente para equipamentos de outros fabricantes.

No entanto, na opinião do professor chinês, tais medidas não ameaçam o trabalho estável da Huawei. A empresa tem vários armazéns com todo o necessário em território americano e é capaz de fornecer seus serviços durante mais um ano.

A única coisa que pode ser afetada pelas medidas dos EUA são as vendas da empresa no mercado internacional. É verdade que será difícil para os usuários estrangeiros parar de usar os serviços da Google e mudar para os análogos chineses. Mas, por outro lado, a Huawei pode beneficiar disso. Se seus desenvolvimentos tecnológicos se tornarem melhores que os outros, eles podem ganhar posições no mercado mundial. Mas, mesmo se isso não acontecer, as capacidades do mercado interno chinês farão com que a empresa sobreviva.

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