O ministro saudita do Petróleo, Khalid Al-Falih, diz que os membros da OPEP e seus aliados devem manter as políticas de produção inalteradas na próxima reunião em abril. O ministro disse que a demanda sólida dos EUA e da China deve sustentar os preços do petróleo no curto prazo, embora a desaceleração da economia global possa pesar sobre os preços no segundo semestre deste ano.
O ministro saudita também sugeriu que os embargos de petróleo dos EUA contra a Venezuela e o Irã provavelmente reduzirão a oferta global de petróleo bruto, tornando desnecessários cortes adicionais por parte da OPEP.
O movimento, no entanto, aumentaria a dependência dos EUA por petróleo importado. Americanos produzem cerca de 12 milhões de bpd atualmente, mas a demanda é estimada em cerca de 20 milhões de bpd, de acordo com os dados da Energy Information Administration (EIA).
"Se você olhar para a situação da Venezuela, entraria em pânico. Se você olhar para os EUA, diria que o mundo está cheio de petróleo. Você precisa olhar para o mercado como um todo. Pensamos que a demanda de 2019 é bastante saudável", disse Falih.
As declarações do ministro vieram depois de especulações na imprensa dando conta que a OPEP adiaria sua próxima decisão política até junho. As nações produtoras de petróleo do mundo parecem estar satisfeitas com os atuais preços do petróleo. Vários países — incluindo a Arábia Saudita — já introduziram políticas destinadas a se afastar do petróleo investindo em indústrias de alta tecnologia.
"Até agora, a provável decisão é estender o acordo em junho. Nada está planejado para abril, apenas para discutir a cooperação entre membros da OPEP e aliados", disse uma fonte do cartel, citada pela Reuters no início deste mês.
A OPEP+, que inclui membros do cartel e a Rússia, concordou em reduzir a produção em dezembro de 2018 para compensar os efeitos negativos dos riscos econômicos globais sobre os preços do petróleo. A desaceleração contínua na Zona do Euro e da economia na China, bem como os riscos relacionados ao Brexit e as tensões comerciais sino-americanas pesaram sobre o lado da demanda do mercado global de energia ao longo do segundo semestre do ano passado.
Agora, no entanto, diz Falih, a maior parte desses riscos, juntamente com a mais recente rodada de cortes na produção da OPEP, já estão precificados no barril de petróleo. Autoridades sauditas geralmente vêem a situação atual sob uma luz positiva, já que acreditam que o reino deve manter sua participação no mercado global de petróleo, apesar das crescentes exportações dos EUA e do Canadá.
Enquanto Falih espera que a demanda global acrescente 1,5 milhão de bpd, a Agência Internacional de Energia (AIE) forneceu um número mais modesto, de olho em uma expansão de 1,4 milhão bpd no lado da demanda neste ano. Falih, porém, acredita que a China deve aumentar suas importações de energia nos próximos meses, apesar das preocupações relacionadas ao seu impasse comercial com os EUA. O ministro disse que o consumo da China pode chegar a 11 milhões bpd este ano — a Arábia Saudita produz 9,8 milhões de bpd.
A OPEP+ reduziu a produção em 1,2 milhão de bpd por seis meses em dezembro. A estratégia sugere que os comentários de Falih poderiam apontar para uma possível extensão dos cortes existentes, ao invés de aprofundar as reduções na produção.Especialistas em energia acreditam que a decisão da OPEP de ampliar ou aprofundar os cortes na produção em junho dependerá em grande parte da situação na Venezuela e no Irã. Se as contínuas tensões políticas na Venezuela — juntamente com o embargo de petróleo dos EUA — durarem até junho, o cartel do petróleo pode manter seus cortes inalterados, ou até mesmo diminuir os valores redução.
A OPEP não deve aprofundar os cortes de produção este ano, a menos que o petróleo tenha outro grande declínio. Entretanto, um possível aumento na produção continua sendo considerado.
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