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Acordo entre Brasil e Chile pode significar modernização do Mercosul, diz especialista

© AFP 2023 / Juan MabromataBandeiras de Mercosul
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Representantes do Brasil e Chile encerraram as rodadas de negociações para fechar o acordo de livre comércio entre os dois países. A expectativa é que o futuro acordo seja assinado até dezembro, ainda sob a gestão do presidente Michel Temer.

Ele deve incluir 17 áreas de eletrônicos a comércio de serviços, sem abordar as questões de natureza tarifária.

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É a primeira vez que o Brasil assume, em acordo bilateral, compromissos envolvendo comércio eletrônico, práticas regulatórias, transparência em anticorrupção, cadeias regionais e globais de valor, gênero, meio ambiente e assuntos trabalhistas.

Para Marília Pimenta, professora de Relações Internacionais da FECAP, o acordo é um importante passo e que pode representar um início de acordo entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico.

"O Mercosul se moderniza na medida que o Brasil faz esse tipo de acordo. Isso amplia a possibilidade de aliança entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico. Mas sem dúvida nenhuma eu não acho que isso seja um enfraquecimento do Mercosul. Ao contrário, vejo aí uma atualização, uma renovação, uma reforma do Mercosul", disse em entrevista à Sputnik Brasil.

Ambos os países se comprometeram a eliminar a cobrança de roaming (serviço que permite ligações em regiões fora de cobertura da operadora) internacional para dados e telefonia móvel entre os dois países.

O novo acordo incluirá os chamados "temas de natureza não tarifária", como comércio de serviços e de eletrônicos, telecomunicações, medidas sanitárias e fitossanitárias. A disposição é facilitar o comércio, a partir de questões sobre propriedade intelectual, por exemplo, envolvendo micro, pequenas e médias empresas.

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"Para o Brasil, que é um país que tem a economia mais fechada, que sempre tem uma postura mais protecionista, sobretudo em áreas mais sensíveis, isso sinaliza que o Brasil está pronto para começar a negociar acordos não tarifários para bens e serviços", comentou Marília Pimenta.

Já para o Chile, a professora disse que o "acordo traz importantes sinalizações".

"O Chile hoje é um importante mercado para o Brasil, nosso segundo parceiro comercial aqui na América do Sul e isso vai trazer uma série de investimentos para o país chileno também. Eu vejo com muito bons olhos, acho que é uma nova perspectiva que se abre para as negociações aqui na América do Sul", afirmou.

O Chile é o segundo principal parceiro comercial do Brasil na América do Sul. Em 2017, o intercâmbio comercial bilateral alcançou US$ 8,5 bilhões, o que representa incremento de 22% em relação ao mesmo período do ano anterior.

De janeiro a setembro de 2018, o intercâmbio comercial entre os dois países foi de US$ 7,21 bilhões, aumento superior a 13% em relação ao mesmo período de 2017. O Brasil é o maior parceiro comercial do Chile na América Latina e principal destino dos investimentos chilenos no exterior, com estoque de US$ 31 bilhões.

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