'Tsunami' de petróleo ameaça mercado mundial após referendo no Curdistão

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Trabalhador em refinaria de petróleo - Sputnik Brasil
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Hoje (25) nas províncias curdas do Iraque tem lugar um referendo sobre a independência. Vários analistas acreditam que este evento pode ter um forte impacto no mercado mundial de petróleo.

Os resultados do referendo poderão se tornar um fator de incerteza nos mercados de petróleo. Atualmente, a questão principal é saber como os curdos administrarão seus recursos se a maioria votar a favor da independência.

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Primeiro cenário

As maiores reservas de petróleo no Iraque ficam precisamente nas províncias curdas. De acordo com a agência Bloomberg, o governo do Curdistão estima que suas reservas de petróleo atinjam 45 bilhões de barris.

Em 2016, a região extraiu 544 mil barris de petróleo diariamente, enquanto se espera que em 2017 a produção diária aumente para 602 mil barris. Esses volumes de extração são semelhantes aos do Equador e do Catar.

Se o Curdistão se tornar independente do Iraque, suas reservas de petróleo superarão as da Nigéria, um país africano que faz parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

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Caso o Curdistão aposte em aumentar a produção de petróleo unilateralmente, o excesso de oferta nos mercados exteriores provocará a queda dos preços, algo que a OPEP quer evitar.

É por isso que essa organização pode estar interessada na adesão do Curdistão à OPEP, informa o portal russo Investing. Para a organização é muito importante manter os acordos alcançados, que preveem a redução da produção de petróleo e, como consequência, o aumento dos preços no mercado.

Segundo cenário

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'Referendo de independência no Curdistão evitará que curdos enfrentem novas atrocidades'
No entanto, este não é o único cenário que pode ocorrer depois do referendo. Atualmente, o petróleo das províncias curdas é exportado através do oleoduto Baku-Tbilisi-Ceyhan.

A Turquia, onde também existem minorias curdas, opõe-se à realização do referendo. Se os curdos votarem a favor da separação do Iraque, Ankara poderia fechar o porto de Ceyhan para as mercadorias curdas, afirmam Michael Knights, especialista do Instituto de Washington e Michael Rubin, analista do Instituto Empresarial Americano.

Segundo Knights, o possível fechamento do principal oleoduto pela Turquia acabaria com as receitas do setor energético do Curdistão.

Gregory Brew, em um artigo para o portal Oil Price, declarou que, se o Iraque se dividir em dois países, milhares de barris de petróleo poderão inundar o mercado mundial, o que pode provocar graves consequências.

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