Política monetária na China está em ponto crítico?

© REUTERS / StringerNotas de yuan chinês em uma agência do Bank of China em Changzhi, 16 de setembro de 2008
Notas de yuan chinês em uma agência do Bank of China em Changzhi, 16 de setembro de 2008 - Sputnik Brasil
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O presidente dos EUA Donald Trump prometeu concentrar em breve seu interesse na China, um país que ele chamou de "manipulador de moedas", escreve a colunista Junheng Li da agência Bloomberg.

A especialista acredita que, se Trump puser em prática as ameaças de impor sanções comerciais e implementar uma taxa de importação de 45% sobre todos os bens chineses, o impacto econômico na segunda maior economia do mundo seria significativo e poderia derrubar os mercados financeiros, o que poderia levar a uma recessão global.

Neste contexto, Junheng Li observa que a China, que já passa por um abrandamento do crescimento econômico e de onde fogem os capitais, "está funcionando a partir de uma posição enfraquecida".

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A colunista faz lembrar que o valor externo do yuan é administrado pelas autoridades de tal modo que não é compatível com a forte pressão valorizadora do dólar frente a todas as outras moedas.

Segundo ela, o objetivo atual do governo chinês é "alcançar uma taxa de câmbio estável, efetiva, equilibrada pelo comércio e promover a paridade em relação ao dólar." E essa paridade, diz a autor, estaria ameaçada se uma "guerra comercial enfraquecesse a economia da China a um ritmo mais rápido do que o esperado".

"O que foi apresentado como uma depreciação gradual do yuan no ano passado foi realmente um enfraquecimento significativo de 6% da moeda em relação ao dólar […] O colapso do crawling peg [regime de flutuação cambial] poderia levar à desvalorização do yuan", destaca o especialista.

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Além disso, Junheng Li salientou que as reservas de divisas da China estão se esgotando e que o número oficial de $3 bilhões "provavelmente é superior em pelo menos $1 bilhão em relação à quantidade de dólares realmente disponível para intervenção com o fim de apoiar o yuan."

"É claro que a atual política monetária da China é insustentável", resume o autor. E enquanto o país pode estar perto do ponto, "em que uma desvalorização significativa da moeda faria sentido", há fortes razões para as autoridades chinesas quererem evitar um enfraquecimento acentuado do yuan a curto prazo. 

"O enfraquecimento acentuado bilateral iria fornecer argumentos para a administração Trump declarar a China 'manipulador de moedas' e impor sanções ao comércio ou ao investimento", conclui Junheng Li.

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