O acordo secreto que a Arábia Saudita propôs à OPEP

© AP Photo / John MooreKhaled al Otaiby, funcionário da petrolífera saudita Aramco, acompanha os trabalhos no campo de al-Howta
Khaled al Otaiby, funcionário da petrolífera saudita Aramco, acompanha os trabalhos no campo de al-Howta - Sputnik Brasil
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Este mês, antes de os países membros da OPEP terem concordado em reduzir a produção de petróleo durante um fórum na Argélia, a Arábia Saudita havia oferecido à organização um acordo secreto, segundo informou o The Wall Street Journal.

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Segundo fontes da publicação, Riad estava pronta para cortar sua produção em 400.000 barris por dia se o Irã concordasse em manter a sua em 3,6 milhões de barris diários. No entanto, o ministro do Petróleo iraniano, Bijan Zanganeh, teria rejeitado a proposta.

Depois de conversar no fim de semana passado com o secretário-geral da OPEP, Mohammed Barkindo, o ministro da Energia saudita Khalid al Falih teria resolvido então apoiar o plano que prevê um corte coletivo de quase um milhão de barris por dia durante um ano. Falih também aceitou que o Irã aumentasse a produção para 3,7 milhões de barris diários, ainda de acordo o The Wall Street Journal.

Na quarta-feira (28), a OPEP concordou em congelar os volumes de produção de petróleo bruto em 32,5 milhões de barris por dia, reduzindo o nível atual de 33,24 milhões. O ministro saudita, porém, foi ainda mais longe, assumindo o compromisso que Riad havia recusado durante meses, e aceitou o fato de que o Irã, conhecido rival do reino, ficaria essencialmente livre de ver fixados os seus limites de produção. O que aconteceu?

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Segundo o jornal, a monarquia árabe foi forçada a mudar de posição devido às crescentes dificuldades econômicas e depois que as autoridades sauditas chegaram à "conclusão perturbadora" de que a sua política de petróleo não estava funcionando.

A este respeito, um relatório da OPEP que advertia sobre a continuidade do excesso da oferta mundial de petróleo 2017 adentro atraiu particularmente a atenção do ministro da Energia saudita. Os dados do relatório sugeriam que "a dor econômica dos baixos preços do petróleo" durariam mais do que o ministério havia calculado, segundo explicou o jornal, acrescentando que outros fatores significativos haviam sido a custosa guerra travada por Riad no Iêmen e a "erosão" do padrão de vida da classe média no reino.

"A pressão foi aumentando", disse uma fonte próxima ao Ministério do Petróleo da Arábia Saudita. "Falih e o governo perceberam que precisavam mostrar que fazem mais do que observar como a sua economia e as outras sofrem", acrescentou.

Além disso, Falih e outros funcionários sauditas estariam preocupados com o fato de que os preços abaixo de US$ 50 por barril em 2017 afetariam a avaliação da companhia petrolífera estatal Saudi Aramco, peça central do plano de Riad para transformar a economia do país e acabar com sua dependência do petróleo.


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