Analista: novos mísseis de longo alcance na Coreia do Norte mudam cenário político-militar na região

© Foto / Rodong SinmunMíssil balístico de curto alcance KN-23 da Coreia do Norte, com um alcance de 690 km
Míssil balístico de curto alcance KN-23 da Coreia do Norte, com um alcance de 690 km - Sputnik Brasil, 1920, 13.09.2021
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O teste de lançamento de um novo tipo de míssil de cruzeiro de longo alcance ocorreu no sábado (11) e no domingo (12), após dois anos de pesquisa, escreve agência Yonhap citando Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA).
"O desenvolvimento do míssil de cruzeiro de longo alcance, uma arma estratégica de grande importância […] tem sido impulsionado pelo processo de desenvolvimento cientifico e confiável de sistemas de armas nos últimos dois anos", informa KCNA.
De acordo com a mídia, o teste incluiu a verificação do empuxo do motor no solo, "vários ensaios de voo" e testes de controle e orientação, juntamente com uma avaliação da potência da ogiva.
Afirma-se ainda que o míssil de cruzeiro teria voado por cerca de 1.500 quilômetros.
Em entrevista à Sputnik, Vladimir Khrustalev, especialista em programas de mísseis nucleares da Coreia do Norte, observou que o aparecimento de novos mísseis altera a situação político-militar na região.
"O aparecimento de novos mísseis de cruzeiro de longo alcance na Coreia do Norte muda o cenário político-militar na região. Trata-se de um tipo de armamento moderno e eficaz que possui uma ampla gama de vantagens sobre outros tipos de armas", afirmou especialista.
Khrustalev explica as razões para o desenvolvimento destes mísseis de cruzeiro de longo alcance por Pyongyang.
"Para a Coreia do Norte esta é uma tecnologia muito bem estudada. Há muito tempo que o país tem produzido seus mísseis antinavio especializados, construídos com o uso de um conjunto semelhante de tecnologias. Trata-se de uma arma que é difícil de combater em condições de combate reais, além disso, é uma plataforma adequada para portar cargas nucleares. Embora seja um aparentemente alvo simples, em uma situação de combate real com um ataque maciço é quase impossível interceptar todos os mísseis de cruzeiro", explica Khrustalev.
Ele ressalta que já foi registrado na prática o uso maciço de mísseis de cruzeiro, não só pelos EUA e seus aliados, mas também contra forças americanas.
"Em 2003, vários mísseis de cruzeiro simples iraquianos, convertidos de antigos mísseis antinavio, atravessaram sem problemas todas as linhas de defesa antiaérea dos EUA no Kuwait. O que salvou os americanos foi que os mísseis estavam em geral inacabados. Mas a situação revelou que havia problemas. Não é menos revelador o ataque bem sucedido de mísseis de cruzeiro em 2019 contra instalações da Arábia Saudita protegidas pela defesa antiaérea", afirmou Khrustalev.
O lançamento de teste do míssil ocorreu pouco depois do desfile militar realizado na Coreia do Norte na semana passada, em comemoração do 73º aniversário da fundação do país, exibindo unidades paramilitares mecanizadas, lançadores de foguetes e armas antitanque.
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