O Tribunal Administrativo Federal em Leipzig, na Alemanha, concluiu que o governo não tem obrigação de assegurar que os ataques dos EUA estejam em conformidade com os direitos humanos além das garantias básicas das autoridades norte-americanas, anulando assim uma decisão do ano passado na qual Berlim era parcialmente responsável por tais operações.
O caso foi apresentado em 2014 e levado ao tribunal por grupos de direitos humanos em nome de três iemenitas, os quais tiveram familiares assassinados em 2012 por drones norte-americanos. Esses ataques utilizaram dados de controle de voo transmitidos através da base aérea dos EUA em Ramstein, na Alemanha.
Um dos demandantes, Faisal bin Ali Jaber, caracterizou a decisão do Tribunal alemão como um "golpe severo".
"A minha família não pode viver sem medo enquanto estes drones, operados com a ajuda da Alemanha, pairam sobre a nossa comunidade no Iêmen, ameaçando trazer morte e destruição", lamentou.
"O governo alemão deve parar de usar [a base aérea] Ramstein para ataques de drones", acrescentou.
Jennifer Gibson, que lidera projetos relacionados a drones no grupo de direitos humanos Reprieve e proporciona representação legal para Jaber, criticou duramente a nova decisão, denominando os ataques dos EUA como "claramente ilegais".
"O que estamos falando aqui é sobre um programa de assassinato secreto que mata dezenas de civis a cada ano. É simplesmente insustentável, e apesar da decisão de hoje, é claramente ilegal", frisou Gibson em comunicado.
Os Estados Unidos têm mantido a presença na Alemanha desde o fim da Segunda Guerra Mundial.