Bombardeiros dos EUA voam com cada vez mais frequência no espaço aéreo escandinavo

© AP Photo / Força Aérea dos EUABombardeiro estratégico dos EUA B-1B Lancer (foto de arquivo)
Bombardeiro estratégico dos EUA B-1B Lancer (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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Enquanto analistas notam que os EUA voltaram aos seus métodos tradicionais de dissuasão, as rotas de bombardeiros americanos incluem agora países anteriormente vistos como neutros.

Atualmente, a atividade militar norte-americana está se desenvolvendo mais rápido que a da Rússia, com aeronaves cruzando frequentemente latitudes mais elevadas, afirmou o canal NRK, sugerindo que os EUA estão "fortalecendo sua presença no Extremo Norte".

De acordo com o canal, os bombardeiros dos EUA costumavam ser raros visitantes no espaço aéreo norueguês, porém, este cenário está rapidamente mudando. A Suécia, que se declarou neutra há mais de 100 anos, presencia o mesmo.

"Recentemente, vimos bombardeiros dos EUA cruzando a Suécia e a Noruega. O fato de que o moderno bombardeiro estratégico B-1B está sobrevoando a Suécia, antes neutra, é completamente novo. Não víamos isso antes", afirmou o conselheiro militar Per Erik Solli da Universidade do Norte (Noruega) à rede NRK.

O voo em questão ocorreu há um mês. Dois bombardeiros supersônicos US B-1 sobrevoaram a Suécia acompanhados de caças suecos. Após reabastecerem, continuaram sobrevoando a Noruega com caças noruegueses F-35.

CC BY 2.0 / Forsvarsdepartementet / Caça F-35F-35 da Força Aérea da Noruega
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F-35 da Força Aérea da Noruega

"Estes exercícios fortalecem a parceria com nossos aliados e demonstram nossa capacidade de resposta a nível mundial, a partir de qualquer lugar", afirmou Jeffrey Harrigian, comandante da Força Aérea dos EUA na Europa.

O ministro da Defesa da Noruega, Frank Bakke-Jensen, afirmou que a OTAN tem "em muitos aspectos retornado para sua antiga missão de dissuasão e segurança". De acordo com ele, a inclusão da Suécia nesta cooperação reflete a compreensão do fato de que uma guerra ou crise afetaria todos os países nórdicos.

"Anteriormente, a Suécia e a Finlândia se referiam a si mesmas como países neutros. Elas não o fazem mais. Agora se referem como não alinhadas, mas são parte da cooperação de defesa ocidental. Isto é novo, mas também é algo que Suécia e Finlândia desejam", salienta Bakke-Jensen.

Por sua vez, o ministério norueguês expressou que não há um registro da frequência com que os aviões aliados aparecem no espaço aéreo do país, o que torna difícil avaliar com precisão o aumento.

"O que podemos ver agora, que também é novo, é que os americanos começaram a usar seus modernos navios e bombardeiros para enviar sinais geopolíticos. O fato de a Suécia também estar envolvida nesta sinalização com os EUA é um desenvolvimento completamente novo", comenta Per Erik Solli.

"Vemos que os EUA estão retornando para uma dissuasão mais tradicional. E, além do equilíbrio militar contra a Rússia, os americanos estão fazendo o mesmo contra a China agora", acrescentou o especialista.

Contudo, Jonas Gahr Store, líder do Partido Trabalhista da Noruega, avalia:

"Nunca devemos chegar a uma situação em que outros Estados nos empurram para um novo nível de tensões em nossas proximidades sem que nós estejamos envolvidos. É do interesse da Noruega garantir uma baixa tensão. Existem todas as razões para prestar atenção."

Anteriormente, diversos outros partidos locais demonstraram preocupação pelo aumento das tensões entre os EUA e a Rússia, que, de acordo com eles, poderia comprometer a segurança da Noruega.

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