China estará à altura dos desafios militares dos EUA na região Ásia-Pacífico, afirmam especialistas

© AP Photo / Bullit MarquezCaça estadunidense decola do porta-aviões USS Ronald Reagan para patrulhar águas internacionais perto do mar do sul da China
Caça estadunidense decola do porta-aviões USS Ronald Reagan para patrulhar águas internacionais perto do mar do sul da China - Sputnik Brasil
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Pentágono está solicitando projetos para reafirmar seu poder geopolítico na região do Indo-Pacífico, refere revista militar norte-americana. Especialistas comentaram este passo dos EUA.

Almirante Philip Davidson, comandante do Comando Indo-Pacífico das Forças Armadas dos EUA, está pedindo ao Congresso mais US$ 20 bilhões (R$ 104,9 bilhões) até 2026 para dissuasão regional da China, escreve a revista Breaking Defense. O documento foi solicitado pelo Congresso para justificar o financiamento das forças destacadas no oceano Pacífico com o fim de refrear a atividade chinesa na região.

Pequim, por sua vez, irá responder reforçando sua capacidade de proteger sua segurança e os interesses nacionais na região, afirmam especialistas entrevistados pela Sputnik China.

Os EUA veem assim a China como seu potencial adversário militar, e tentam expandir e aumentar a pressão militar sobre a China na região da Ásia-Pacífico e do oceano Índico, relatou Chen Hong, diretor executivo do Centro Ásia-Pacífico da Universidade Pedagógica Oriental, em Xangai, em uma entrevista escrita à Sputnik.

"O objetivo dos EUA é conter o desenvolvimento do potencial marítimo da China na zona do oceano Pacífico entre a ilha de Guam e suas ilhas adjacentes e a costa oriental da China, ameaçando assim a soberania territorial e a segurança da China no mar do Sul da China."

Os EUA pretendem também suprimir o desenvolvimento da Rota da Seda Marítima chinesa, considerando que sua estratégia atual na região do Indo-Pacífico não é suficiente para competir estrategicamente com a China nas regiões da Ásia-Pacífico e do oceano Índico, comenta o especialista.

© AP Photo / Li Gang/XinhuaPorta-aviões chinês Liaoning realizando exercícios no mar do Sul da China acompanhado por fragatas e submarinos (foto de arquivo)
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Porta-aviões chinês Liaoning realizando exercícios no mar do Sul da China acompanhado por fragatas e submarinos (foto de arquivo)

"Por conseguinte, Washington está aumentando o financiamento e destacamento de suas forças para a região, a fim de estabelecer e garantir a superioridade militar e as capacidades de dissuasão", diz.

Posição da China

"A ascensão da China não ameaça nenhum outro país do mundo. A China sempre defendeu a coexistência pacífica e o desenvolvimento da cooperação com outros países através de mecanismos multilaterais e bilaterais. No entanto, a China não fará quaisquer concessões ou recuará em questões que comprometam seus interesses fundamentais e sua soberania territorial."

Segundo afirma Hong, a China não pretende participar da corrida armamentista norte-americana, mas defenderá sua integridade territorial e interesses nacionais "face às crescentes ameaças".

Segundo muitos analistas, os EUA perderam recentemente a sua superioridade militar no oceano Pacífico, bem como sua capacidade de manter um equilíbrio de forças favorável para si na região, como indica o próprio documento enviado pelo alto funcionário militar e que inclui a conceito da estratégia Recuperar a Vantagem.

O almirante observa que esta estratégia deve permitir uma projeção confiável do poderio militar dos EUA e proporcionar ao presidente e ao secretário da Defesa várias opções de dissuasão flexíveis, incluindo os planos necessários para a utilização das tropas em combate.

O Congresso tentará, muito provavelmente, alocar os fundos solicitados pelos militares norte-americanos, disse à agência o major-general aposentado Pavel Zolotarev, analista militar do Instituto dos EUA e do Canadá da Academia de Ciências da Rússia:

"A única questão é o calendário do financiamento adicional. A preparação das eleições presidenciais norte-americanas e a difícil situação no país devido à pandemia podem atrasar a alocação de fundos orçamentais, particularmente devido ao fato de ainda não ser claro quando surgirá o efeito do apoio às empresas para eliminar as consequências da pandemia."

O ex-militar russo acredita que as medidas desejadas pelo Pentágono deverão exacerbar a retórica política e a competição entre os armamentos dos EUA e da China. Zolotarev prevê que será dada maior ênfase ao aumento da eficácia das armas de grande precisão já existentes, e não tanto ao aumento quantitativo de forças militares na região.

© AP Photo / Jin Danhua/Xinhua Dois caças chineses SU-30 decolam de um local não especificado para fazer uma patrulha sobre o Mar do Sul da China.
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Dois caças chineses SU-30 decolam de um local não especificado para fazer uma patrulha sobre o Mar do Sul da China.

"A China reforçará seus meios de comando militar, de defesa antimísseis e seu sistema de inteligência por radar. Os EUA estão muito preocupados com a vulnerabilidade de seus porta-aviões em caso de conflito com a China, pelo que serão feitas alocações adicionais para reforçar suas capacidades regionais de defesa aérea."

Aliados dos EUA

Segundo especialista russo, no âmbito das medidas anunciadas, os EUA tentarão vender novas remessas de armas aos seus parceiros regionais, Japão, Coreia do Sul e Austrália. O comando da região do Indo-Pacífico solicita um montante adicional de US$ 384 milhões (R$ 2 bilhões) para apoio aos aliados e parceiros.

Este é mais um sinal para a China de que os EUA pretendem recuperar sua vantagem na região através do reforço de alianças e parcerias. No sistema de radar utilizado para detectar alvos de ar e de superfície baseado em Palau (país do Pacífico Ocidental), também mencionado na lista destas medidas, Philip Davidson prevê o investimento de US$ 185 milhões (R$ 969,4 milhões) para sua modernização.

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