Do que são capazes os submarinos dos EUA com mísseis hipersônicos?

© Foto / Marinha dos EUA/ John KowalskiMíssil Trident II D5 desarmado é lançado do submarino de mísseis balísticos USS Rhode Island, da classe Ohio (imagem referencial)
Míssil Trident II D5 desarmado é lançado do submarino de mísseis balísticos USS Rhode Island, da classe Ohio (imagem referencial) - Sputnik Brasil
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Enquanto a Rússia se tornou o primeiro país no mundo a comissionar ao serviço militar mísseis hipersônicos, os EUA tentam desenvolver armamentos semelhantes.

Até 2028, os EUA planejam armar seus submarinos da classe Virginia com mísseis hipersônicos convencionais.

Anteriormente, a Defesa do país considerou instalar armas semelhantes nos seus submarinos da classe Ohio. Contudo, estes passaram a receber mísseis balísticos nucleares de cinco quilotons.

Adaptando a classe de submarinos Virginia

No início dos anos 2000, a Marinha americana recebeu seus primeiros submarinos de quarta geração da classe Virginia.

Com o tempo, tais embarcações deverão substituir os obsoletos submarinos da classe Los Angeles.

Por sua vez, os representantes da classe Virginia contam com 12 silos verticais para mísseis ou dois lançadores rotativos para mísseis Tomahawk, além de tubos de torpedos de 533 mm para mísseis antinavio Harpoon, torpedos Mk-48 e minas.

A última modificação do submarino, a Block V, inclui um compartimento adicional de 20 m onde serão instalados os mísseis hipersônicos.

Tais mísseis ficarão abrigados em quatro módulos com sete lançadores verticais em cada.

O compartimento adicional também pode transportar mísseis Tomahawk, assim como aparelhos submarinos autônomos.

Nos próximos 20 anos, a Marinha dos EUA deverá receber cerca de 30 submarinos desta classe, incluindo 10 com a modificação Block V.

Destruindo o inimigo em 1 hora

Planejando gastar mais de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 4,5 bilhões) no desenvolvimento de mísseis hipersônicos em 2021, o Pentágono visa obter capacidade de atacar e destruir instalações importantes do inimigo com armamento convencional em qualquer lugar do mundo.

© Sputnik / Yevgeny BiyatovCaça russo MiG-31 armado com o míssil hipersônico Kinzhal
Do que são capazes os submarinos dos EUA com mísseis hipersônicos? - Sputnik Brasil
Caça russo MiG-31 armado com o míssil hipersônico Kinzhal

Tal tarefa deverá ser concluída em apenas uma hora após ser dada a ordem.

É válido ressaltar que o Pentágono não prevê lançar tais ataques a partir de suas bases espalhadas no exterior.

Desta forma, Washington teria em mãos um armamento vital para atingir alvos em lugares que antes eram difíceis de serem atingidos.

Para tanto, testes têm sido feitos com mísseis hipersônicos que deverão ser disparados pelos submarinos.

Realizando testes

O primeiro teste de um míssil hipersônico americano para submarinos foi realizado ainda em outubro de 2017, em um polígono no oceano Pacífico.

O lançamento se deu a partir de uma plataforma terrestre, sendo que o míssil sobrevoou 3.700 km do Havaí até as ilhas Marshall.

Por sua vez, o Departamento de Defesa americano mostrou uma maquete e revelou alguns detalhes do bloco planador universal C-HGB no final de fevereiro.

Segundo os militares do país, tal armamento irá completar o perspectivo sistema de armamento hipersônico de baseamento terrestre Arma Hipersônica de Grande Alcance (LRHW, na sigla em inglês).

Os mísseis balísticos de combustível sólido com diâmetro de 90 cm poderiam atingir alvos até 4.000 km atingindo velocidade acima de Mach 8, segundo relatos.

Testes pouco motivadores

Ainda no início da última década, foi desenvolvido pelo país o míssil de cruzeiro X-51A Waverider.

Seu primeiro teste foi parcialmente bem-sucedido, sendo que o projétil atingiu Mach 5, mas se autodestruiu três minutos após voo instável e falhas técnicas de seu sistema de comunicação.

Os poucos testes seguintes do Waverider também fracassaram pelo mau funcionamento de seu motor.

Contudo, em 2013, o lançamento de um Waverider de bordo de um bombardeiro B-52 apresentou melhores resultados que os testes anteriores, enquanto o míssil subiu até quase 20 km e atingiu Mach 5, sobrevoando pouco mais de 400 km.

Atrás da Rússia

Apesar dos grandes investimentos dos EUA e dos testes marcados para este ano, o país tem apresentado considerável atraso em relação à Rússia.

Segundo o vice-presidente do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas americanas, general John Hyten, o Pentágono sofreu um revés no setor de mísseis hipersônicos e levará anos para se recuperar.

Enquanto isso, a Rússia já adotou em seu armamento o já testado míssil estratégico Avangard.

© Sputnik / Ministério da Defesa da RússiaTeste com o míssil hipersônico russo Avangard
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Teste com o míssil hipersônico russo Avangard

Tal sistema é capaz de voar nas camadas espessas da atmosfera realizando voos intercontinentais com velocidade acima de Mach 20.

Seu bloco planador capacita o míssil para realizar trajetórias complexas, tornando-o praticamente impossível de ser abatido pelos sistemas de defesa antiaérea e antimíssil existentes no mundo hoje.

Também o míssil hipersônico Kinzhal já é explorado pelos militares do país e usado em exercícios regulares.

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