O quebra-gelo russo Ivan Papanin foi lançado no dia 25 de outubro na cidade russa de São Petersburgo, com entrega prevista para 2021.
Com casco reforçado para navegação no gelo e autonomia de 60 dias, o navio tem um deslocamento de 8.500 toneladas, 100 metros de comprimento e 20 metros de largura. Além disso, a embarcação está armada com um canhão naval e tem uma plataforma de helicóptero.
Presença no Ártico
O colunista do jornal russo Vzglyad Aleksandr Timokhin descreveu o lançamento do Ivan Papanin como um "evento extremamente importante".
Segundo o analista, uma guerra com os EUA é possível mas altamente improvável. E é ainda menos provável que envolva quebra-gelos porque Washington tem uma poderosa frota de submarinos. Porém, incidentes armados e provocações podem acontecer, afirma Timokhin.
"A presença de dois quebra-gelos militares na Rússia garante o fracasso de uma provocação americana envolvendo este tipo de navios na Rota do Mar do Norte", diz ele em seu artigo.
O segundo quebra-gelos do projeto 23550 é o Nikolai Zubov, cuja construção está prevista para 2020.
Para o especialista, a frota russa de quebra-gelos se centra na utilização comercial. Os navios da frota não são militares e desempenham variadas tarefas não militares porque a Rússia tem uma enorme infraestrutura no Ártico: portos, plataformas de produção de petróleo, fábricas de liquefação de gás, cidades – e tudo isto requer manutenção.
O jornalista observa que, ao contrário da Rússia, todos os futuros quebra-gelos americanos farão parte da sua Guarda Costeira e não terão que acompanhar navios mercantes ou manter infraestruturas, porque os EUA simplesmente não as possuem no Ártico.
Rota Marítima do Norte
No início deste ano, a Guarda Costeira americana informou que precisa de seis novos quebra-gelos para competir com a Rússia no Ártico, tendo como objetivo um maior controle sobre a promissora Rota Marítima do Norte.
"Por que é que eles precisam de tantos quebra-gelos? Bem, a resposta é fácil: prejudicar a Rússia na Rota Marítima do Norte [...] Como tentaram fazer nos anos 60, eles vão criar todos os tipos de escândalos e pequenas crises com risco do uso de armas", ressalta Timokhin.
Embora aparentemente insignificantes, essas ações "causariam danos políticos à reputação da Rússia e minariam a fiabilidade da Rota Marítima do Norte".
"Levando em conta que os americanos planejam entrar no Ártico com todas as suas forças, os novos quebra-gelos militares russos são muito oportunos. Estão um pouco à frente do adversário. E isso é muito bom", conclui o autor.
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