Remendar brechas: Marinha americana está procurando 'remédio' contra mísseis russos

CC0 / Fotos da Marinha dos EUA / Destróier de mísseis norte-americano USS Donald Cook da classe Arleigh Burke (foto de arquivo)
Destróier de mísseis norte-americano USS Donald Cook da classe Arleigh Burke (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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O comando da Marinha dos EUA está desenvolvendo radares potentes, protegidos de interferências e capazes de detectar mísseis balísticos e de cruzeiro, pois está seriamente preocupado em proteger seus navios dos novos mísseis da Rússia e da China.

Prevê-se que nos próximos anos duas dezenas de destróieres de classe Arleigh Burke serão equipadas com sistemas de radar mais modernos. A Sputnik explica por que Washington decidiu modernizar seus navios de guerra.

A frota de destróieres da classe Arleigh Burke é a mais numerosa da Marinha dos EUA: o país possui cerca de 70 navios desse tipo, cada um com um deslocamento de mais de 5.000 toneladas. 

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Na sua construção foi amplamente usada pela primeira vez a tecnologia stealth, enquanto a arma principal dessa classe são os mísseis Tomahawk, com um alcance de até 2.600 quilômetros e capacidade de transportar ogivas nucleares. Além disso, os navios possuem mísseis RIM-66 SM-2, mísseis antinavio e um canhão Mark 45 de 127 milímetros de calibre, bem como várias metralhadoras de grande calibre.

No entanto, o objetivo principal dos Arleigh Burke é defender navios e porta-aviões dos ataques de mísseis e submarinos do inimigo, bem como destruir alvos de superfície e subaquáticos.

A particularidade principal dos destróieres Arleigh Burke é o sistema de defesa antimíssil integrado Aegis – uma parte importante da defesa antimíssil global dos EUA. Tal tipo de navio pode ser enviado a qualquer lugar dos oceanos. É de assinalar que, ao contrário dos sistemas terrestres, a instalação dos sistemas marítimos não exige qualquer aprovação dos governos dos Estados estrangeiros.

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Os primeiros destróieres de classe Arleigh Burke começaram a ser entregues à Marinha dos EUA no início dos anos 1990 e já foram modernizados três vezes.

No ano passado, os americanos lançaram a construção do destróier USS Jack H. Lucas – a quarta versão destes navios, que deve ser concluída até 2024. Espera-se que as novas embarcações sejam equipadas com mais lançadores verticais para mísseis Tomahawk e mísseis antinavio. Quanto à modernização do Aegis, todos os destróieres, tanto novos, como da quarta versão, serão dotados com o novo sistema de radar AN/SPY-6, que supostamente é 30 vezes mais potente que a versão anterior e garante a detecção de alvos com mais precisão e a maiores distâncias, possuindo também maior fiabilidade e proteção contra interferências de qualquer tipo.

Segundo os especialistas da edição Defense News, o comando da Marinha dos EUA reage deste modo à criação dos novos mísseis pela Rússia e a China, tendo já canalizado para esses objetivos dezenas de milhões de dólares.

Salvar-se do Tsirkon

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Quanto às armas russas, é evidente que se trata dos novos mísseis hipersônicos Tsirkon e dos mísseis de cruzeiro Kalibr.

Os mísseis Kalibr já foram instalados em praticamente todos os novos submarinos e navios russos, tendo provado sua eficácia durante os ataques contra posições de terroristas na Síria.

O sistema Tsirkon está na fase de testes desde 2016. Seu desenvolvimento é considerado como altamente secreto. O míssil teria uma velocidade de 9 Mach (11.000 km/h) e um alcance de mais de 1.000 km. A enorme velocidade do míssil o torna praticamente invulnerável para todos os sistemas de intercepção, incluindo o Aegis americano.

Segundo os analistas, ainda não se sabe se o novo radar americano será capaz de mudar essa situação. O desenvolvimento do sistema complexo de radar leva vários anos. Mesmo que o AN/SPY-6 seja capaz de interceptar os Kalibr, não poderá fazer o mesmo com os Tsirkon hipersônicos. Para interceptar os mísseis desse tipo, os americanos precisariam de sistemas de defesa antimíssil completamente novos, cuja criação levaria dezenas de anos.

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