"Os resultados dos testes do projétil mostram que sua eficiência e capacidade são comparáveis a uma ogiva nuclear. Ao mesmo tempo, eu gostaria de destacar que esta munição não polui o meio ambiente", disse o vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia, Aleksandr Rukshin.
44 toneladas de trotil
O seu princípio de funcionamento é simples: a dezenas de metros do alvo, o projétil pulveriza sobre ele uma nuvem de aerossóis inflamáveis, que segundos depois são inflamados com uma carga especial que incinera tudo o que está dentro de um raio de até 300 metros.
"As bombas termobáricas destinam-se principalmente a destruir posições inimigas localizadas em suas linhas de combate, tais como postos de controle, centros de comunicação, locais de lançamento de mísseis", afirmou à Sputnik o editor-chefe da revista russa Arsenal Otechestva, Viktor Murakhovsky.
O poder de explosão da bomba é equivalente a 44 toneladas de trotil, quatro vezes mais do que o do seu análogo norte-americano, ou seja, é a bomba não nuclear mais potente no mundo.
Embora ainda não se saiba se o "pai" teria sido usado em condições de combate real, sabe-se que munições termobáricas menores, que funcionam com base no mesmo princípio, são usadas com sucesso nas Forças Armadas da Rússia há vários anos. De acordo com vários especialistas, a Rússia é agora líder na produção e uso deste tipo de armas.
Estima-se que essas armas poderiam ter sido usadas na Síria contra bunkers e túneis subterrâneos que os terroristas do Daesh (organização terrorista proibida na Rússia) têm nas montanhas.
No entanto, Murakhovsky avisou que essas munições também têm suas desvantagens. Em particular, uma vez lançadas, seu efeito não pode ser completamente controlado, direcionado, reduzido ou, ao contrário, expandido. Dependendo das diferentes condições climáticas — vento, precipitação ou nevoeiro — também varia o efeito que têm sobre os alvos.