Ao que se deve o interesse de Riad pelos equipamentos russos?
Os Estados do golfo Pérsico tradicionalmente têm comprado equipamentos militares aos EUA e a outros países da OTAN. O interesse que Riad mostra hoje em dia pelas armas russas, por sua vez, pode ser explicado muito facilmente.
De acordo com o autor, a diversificação de fornecimentos permitirá reduzir parcialmente a dependência do país do complexo militar-industrial dos EUA. Além disso, os equipamentos militares russos estão mais adaptados ao clima e ao relevo do golfo e são mais baratos que seus análogos americanos.
Em que produtos estão interessados?
Os militares sauditas mostram um grande interesse pela aviação da Rússia, particularmente pelos caças Su-30SM, Su-35S e pelos bombardeiros Su-34. Ou seja, todas as aeronaves que têm bombardeado, ao longo dos últimos meses, as posições do Daesh, organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países do mundo.
"O mesmo se pode dizer sobre os tanques e carros blindados da Rússia que podem operar melhor nas condições climáticas do Oriente Médio. Antes de mais, estou falando dos tanques T-90S e suas modificações seguintes. […] Se tivermos um interesse mútuo, não haverá problemas", escreve o autor, citando Igor Korotchenko, editor-chefe da revista Natsionalnaya Oborona.
Quais são as vantagens dos equipamentos militares russos?
Atualmente, o principal tanque do Exército da Arábia Saudita é o tanque americano Abrams e sua modificação M1A2S.
Riad tem em seu serviço ao menos 450 tanques Abrams. Além disso, conta com 500 tanques M-60, considerados antiquados, inclusive para os padrões do Oriente Médio.
Também o tanque russo custa menos que o análogo americano: 5 milhões de dólares contra 8 milhões de dólares.
Além disso, os caças americanos F-15E e F-15C estão menos adaptados para operar em condições climáticas adversas e são mais difíceis de manter do que os veículos produzidos pela empresa russa Sukhoi.
Um erro estratégico
Entretanto, as características técnicas dos tanques e dos aviões desempenham um papel secundário no momento de escolher o potencial fornecedor de equipamentos militares.
O mais importante nesta situação é o fato de que qualquer país que adquira armas de outro fica dependente do vendedor. A manutenção de equipamentos em estado operacional requer o fornecimento de peças sobressalentes, munições e constante controle por especialistas do fabricante.
"É evidente que, após ter assinado com os EUA uma série de grandes contratos no valor de bilhões de dólares, a Arábia Saudita está tentando equilibrar a desproporção e melhorar suas relações com a Rússia, país que se converteu em um dos principais jogadores no Oriente Médio. Claro que os americanos não gostam que estejamos nos metendo na sua horta. […] A Arábia Saudita é um Estado soberano e decide por si mesmo onde e o que quer comprar", resumiu.
Ao pressionar o botão "Publicar", você concorda expressamente com o processamento de dados da sua conta no Facebook para permitir que você comente notícias no nosso site usando essa conta. Você pode consultar a descrição detalhada do processo de processamento na Política de Privacidade.
Você pode cancelar seu consentimento removendo todos os comentários publicados.
Todos os comentários
Mostrar comentários novos (0)
em resposta a(Mostrar comentárioEsconder comentário)