Cientistas revelam como asteroides teriam 'asfixiado' surgimento da vida na Terra há bilhões de anos

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Asteroides caindo na Terra (imagem referencial) - Sputnik Brasil, 1920, 24.10.2021
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Um grupo de pesquisadores analisou um tipo de partículas especiais na crosta terrestre, concluindo que o impacto frequente de asteroides teve consequências diretas no nível de oxigênio de nosso planeta.
Os asteroides podem ter impedido o aumento do oxigênio na Terra entre 2,5 bilhões e 4 bilhões de anos atrás, segundo um artigo de quinta-feira (21) do portal EurekAlert.
Durante esse período, a Terra foi frequentemente bombardeada por esses corpos celestes, em comparação com hoje, mas até agora havia pouco conhecimento sobre o impacto exato desse fenômeno.
Os autores da pesquisa, publicada na revista Nature Geoscience, estudaram as chamadas esférulas de impacto, partículas presentes na crosta terrestre, que são formadas quando um asteroide choca com a Terra, gerando um calor tão intenso que a crosta terrestre é pulverizada e se eleva no ar. Depois disso, o material assenta, esfria e endurece, formando uma camada de minúsculas esferas.
Os cientistas concluíram que os asteroides que caíram no final da Era Arqueana eram muito mais numerosos do que se pensava.
"Os modelos atuais de bombardeio subestimam o número de camadas de esférulas no final do Arqueano", diz Simone Marchi, geólogo planetário do Instituto de Pesquisa do Sudoeste, Texas, EUA.
"[Isto sugere] que o fluxo de impacto naquela época era até dez vezes maior do que se pensava anteriormente."
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Asteroide (imagem referencial) - Sputnik Brasil, 1920, 09.11.2021
Asteroide (imagem referencial)
A nova análise da equipe sobre as camadas de esférulas desafia os modelos de impacto anteriores e aumenta a intensidade das colisões, descobrindo que um asteroide maior que 10 quilômetros de extensão teria atingido a Terra uma vez a cada 15 milhões de anos ou mais.
"O bombardeio do final do Arqueano [...] teria produzido gases reativos suficientes para consumir completamente baixos níveis de oxigênio atmosférico", explicou Laura Schaefer, astrônoma e geóloga da Universidade de Stanford, Califórnia, EUA.
"Este padrão era consistente com as evidências das chamadas 'baforadas' de oxigênio, aumentos relativamente acentuados, mas transitórios, de oxigênio atmosférico, que ocorreram há cerca de 2,5 bilhões de anos. Pensamos que os picos foram quebrados por impactos que removeram o oxigênio da atmosfera. Isto é consistente com os grandes impactos registrados pelas camadas de esférulas no desfiladeiro Bee Gorge e no desfiladeiro de Dales, na Austrália", apontou.
Simulações de períodos longos sem impactos de asteroides demonstraram igualmente um aumento lento nos níveis de oxigênio que levaria ao surgimento da vida na Terra, validando a teoria proposta.
"Com o passar do tempo, as colisões se tornaram progressivamente menos frequentes e demasiado pequenas para serem capazes de alterar significativamente os níveis de oxigênio após o Grande Evento de Oxidação [entre 2,4 e 2,0 bilhões de anos atrás]. A Terra estava a caminho de se tornar o planeta atual".
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