Amostras de DNA encontradas no Japão podem rescrever história antiga do país

CC BY 2.0 / Flickr.com / Jean-Pierre Dalbéra / Casa com estilo arquitetônico do período Kofun no Japão (imagem referencial)
Casa com estilo arquitetônico do período Kofun no Japão (imagem referencial) - Sputnik Brasil, 1920, 21.09.2021
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Conhece-se que as culturas dos povos Jomon e Yayoi que viveram no atual Japão datavam entre 16.500 e 1.800 anos atrás. No entanto, um estudo aponta que houve novo influxo genético começando no séc. IV.
O povo japonês tem uma origem genética tripartida, afirmam cientistas em um estudo publicado na revista Science Advances.
Anteriormente, pensava-se que os atuais habitantes do arquipélago que compõe o Japão, habitado desde pelo menos 36.000 a.C., eram uma mistura de dois grupos diferentes, uns dos quais eram os caçadores-coletores da cultura Jomon, que viveram entre 16.500 e 2.300 anos atrás, geneticamente relacionados com os Ainu, povos indígenas vivendo no norte do Japão.
O outro grupo era constituído por agricultores neolíticos da cultura Yayoi, entre os séc. X a.C. e o séc. III d.C., que migraram da China continental e da península da Coreia.
No entanto, uma equipe de cientistas liderada por Shigeki Nagakome, do Colégio da Trindade de Dublin, Irlanda, analisou e sequenciou 12 genomas que habitavam o arquipélago antes e depois da chegada da agricultura, mostrando que houve um terceiro influxo maciço de material genético. Ele data do período Kofun, entre os séculos IV e VIII d.C., caracterizado pela centralização política no Japão.
Igual aos imigrantes do período Yayoi, os Kofun vieram da Ásia Oriental, embora em uma onda de migração separada.
"Estes achados genéticos são apoiados por evidências arqueológicas e registros históricos, que documentam a chegada de um novo povo do continente durante o período", relata na sexta-feira (17) comunicado do Colégio da Trindade.
"Os pesquisadores têm aprendido cada vez mais sobre as culturas dos períodos Jomon, Yayoi e Kofun à medida que mais e mais artefatos antigos aparecem, mas antes de nossa pesquisa sabíamos relativamente pouco sobre as origens genéticas e o impacto da transição agrícola e da subsequente fase de formação do Estado", explicou o Nakagome.
Uma outra descoberta da pesquisa foi que cada um dos grupos teve uma contribuição genética quase igual para a atual população do Japão, em vez de levar à "substituição populacional" de caçadores e coletores, como foi o caso na Europa.
"Sabemos agora que os antepassados derivados de cada uma das fases [...] deram uma contribuição significativa para a formação das populações japonesas de hoje. Em resumo, temos um modelo tripartido completamente novo de origem genômica japonesa, em vez do modelo de dupla ancestralidade que foi mantido por um tempo significativo", concluiu Nakagome.
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