Astrônomos detectam pela 1ª vez luz atrás de buraco negro, prevista por teoria de Einstein

CC BY 4.0 / ESA / Hubble, M. Kornmesser / Buraco negro supermassivo no coração da uma galáxia espiral NGC 3147 (imagem artística)
Buraco negro supermassivo no coração da uma galáxia espiral NGC 3147 (imagem artística) - Sputnik Brasil, 1920, 29.07.2021
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Observando os raios X emitidos por um buraco negro supermassivo, os cientistas viram pela primeira vez luz por trás do buraco negro, algo previsto pela teoria da relatividade de Albert Einstein, mas nunca confirmado até agora.

O astrofísico Dan Wilkins, da Universidade de Stanford (EUA), estudava um buraco negro supermassivo no centro da galáxia, localizado à distância de 800 milhões de anos-luz da Terra.

Ele observou uma série de clarões brilhantes de emissões de raios X e, então, os telescópios registraram algo inesperado: clarões adicionais de raios X que eram menores, ocorreram mais tarde e eram de "cores" diferentes dos primeiros.

De acordo com os cálculos, esses clarões ou ecos luminosos correspondiam aos raios X refletidos por trás do buraco negro, segundo o estudo publicado na revista Nature.

"Qualquer luz que entra em um buraco negro não sai dele, então não devemos ser capazes de ver nada que esteja atrás do buraco negro", disse Wilkins. "A razão pela qual podemos ver isso é porque esse buraco negro está arqueando o espaço, dobrando a luz e torcendo os campos magnéticos ao seu redor."

Inicialmente, o objetivo da pesquisa era estudar a coroa, o elemento que alguns buracos negros possuem. O material que cai em um buraco negro supermassivo alimenta as fontes de luz contínuas e mais brilhantes do Universo. Ao mesmo tempo, forma uma coroa de raios X ao redor do buraco negro.

A teoria existente afirma que a formação desse elemento começa com o deslizamento do gás para dentro do buraco negro, onde sobreaquece a milhões de graus. Com essa temperatura, os elétrons se separam dos átomos, criando um plasma magnetizado.

Capturado pela poderosa rotação do buraco negro, o campo magnético se curva sobre o buraco negro e gira de tal maneira em torno de si mesmo que finalmente entra em colapso completo. O evento é semelhante ao que acontece ao redor do Sol, por isso o fenômeno é chamado de coroa do buraco negro.

"Este campo magnético, ligado e próximo ao buraco negro, aquece tudo ao redor e produz esses elétrons de alta energia, que depois criam os raios X", explicou Wilkins.

"Há vários anos eu vinha fazendo previsões teóricas sobre como esses ecos serão para nós durante vários anos. Assim que os vi através do telescópio eu sabia com o que eles estavam relacionados", afirmou o cientista.

Os pesquisadores continuarão estudando este fenômeno. Eles colocam suas esperanças no telescópio espacial Athena, da Agência Espacial Europeia, que será lançado em 2031.

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