Molécula comum na Terra é descoberta na atmosfera de exoplaneta pela 1ª vez

Exoplaneta GJ 1132b - Sputnik Brasil, 1920, 17.05.2021
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Molécula de hidroxila (HO) é comum na Terra, mas os astrônomos ainda não determinaram se é abundante em outras partes do espaço. Pela primeira vez, os astrônomos a identificaram de maneira conclusiva na atmosfera de um exoplaneta da classe "Júpiter ultraquente", o WASP-33b.

O exoplaneta WASP-33b está a 400 anos-luz da Terra e a temperatura de sua atmosfera pode atingir 2.500 °C, o que é suficiente para derreter a maioria dos metais.

Quando o WASP-33b gira em torno de sua estrela, a radiação emitida pelas substâncias químicas periodicamente se desvia para o vermelho ou para o azul, o que permite aos astrônomos distingui-las contra o brilho da estrela. Usando essa técnica, um grupo internacional de astrônomos encontrou com o telescópio Subaru assinaturas de substâncias químicas na atmosfera do exoplaneta.

© Foto / NASA / GoddardEstratosfera do exoplaneta WASP-33b
Molécula comum na Terra é descoberta na atmosfera de exoplaneta pela 1ª vez - Sputnik Brasil, 1920, 17.05.2021
Estratosfera do exoplaneta WASP-33b

Os pesquisadores encontraram hidroxila, uma molécula composta por um átomo de oxigênio e um átomo de hidrogênio. A hidroxila provavelmente desempenha um papel importante na mistura química da atmosfera do WASP-33b, dado que interage com vapor de água e monóxido de carbono.

"Esta é a primeira evidência direta da HO na atmosfera de um planeta fora do Sistema Solar. Isso não apenas mostra que os astrônomos podem detectar esta molécula em atmosferas de exoplanetas, mas também que eles podem começar a compreender a química detalhada desta população planetária", disse o pesquisador principal, doutor Stevanus Nugroho.

Na Terra, a hidroxila é formada na atmosfera quando o vapor de água interage com o oxigênio. No WASP-33b a hidroxila provavelmente se forma quando o calor intenso da estrela faz explodir o vapor de água.

"Vemos apenas um sinal hesitante e fraco de vapor de água em nossos dados, o que confirmaria a ideia de que a água é destruída para formar hidroxila neste ambiente extremo", explicou o doutor Ernst de Mooij.

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