O exoplaneta WASP-33b está a 400 anos-luz da Terra e a temperatura de sua atmosfera pode atingir 2.500 °C, o que é suficiente para derreter a maioria dos metais.
Quando o WASP-33b gira em torno de sua estrela, a radiação emitida pelas substâncias químicas periodicamente se desvia para o vermelho ou para o azul, o que permite aos astrônomos distingui-las contra o brilho da estrela. Usando essa técnica, um grupo internacional de astrônomos encontrou com o telescópio Subaru assinaturas de substâncias químicas na atmosfera do exoplaneta.
Os pesquisadores encontraram hidroxila, uma molécula composta por um átomo de oxigênio e um átomo de hidrogênio. A hidroxila provavelmente desempenha um papel importante na mistura química da atmosfera do WASP-33b, dado que interage com vapor de água e monóxido de carbono.
"Esta é a primeira evidência direta da HO na atmosfera de um planeta fora do Sistema Solar. Isso não apenas mostra que os astrônomos podem detectar esta molécula em atmosferas de exoplanetas, mas também que eles podem começar a compreender a química detalhada desta população planetária", disse o pesquisador principal, doutor Stevanus Nugroho.
Na Terra, a hidroxila é formada na atmosfera quando o vapor de água interage com o oxigênio. No WASP-33b a hidroxila provavelmente se forma quando o calor intenso da estrela faz explodir o vapor de água.
"Vemos apenas um sinal hesitante e fraco de vapor de água em nossos dados, o que confirmaria a ideia de que a água é destruída para formar hidroxila neste ambiente extremo", explicou o doutor Ernst de Mooij.